Texto enviado por Elizete Maria da Silva, diretora da Escola Estadual de São Sebastião do Sacramento, no distrito de Sacramento (Manhuaçu-MG)
A
educação em Minas Gerais sempre foi considerada um referencial para todo país,
motivo de orgulho para todos os mineiros, claro. O que não pode ser confundido
com as condições dos profissionais da educação. Os salários são baixos e hoje
enfrenta um dos maiores problemas de toda sua história.
Em
2007, havia um grande número de profissionais da educação, professores,
ajudantes de serviços gerais, assistentes técnicos (auxiliar de secretaria),
especialistas, inspetores, que eram designados, ou seja, todo ano eram
contratados e dispensados ao final do ano letivo.
O
governo sancionou a chamada Lei 100/2007 e EFETIVOU 98 MIL SERVIDORES. Na data de publicação da lei, todas as
pessoas que estavam atuando sem concurso, passaram a ser EFETIVADAS, não
necessitariam mais passar por designações. Estavam automaticamente contratadas.
Por um
lado, muitas pessoas ficaram alegres porque não precisariam mais ficar na
correria no início de ano, procurando emprego, por outro lado, essa estabilidade
manteria todos no nível em que se encontrava no momento da efetivação. Por
exemplo, um professor que estava terminando a faculdade, e tinha contrato,
teria seu emprego mantido, mas ficaria com o salário de não habilitado, mesmo
depois da conclusão do curso.
Muitas
pessoas se queixaram também, porque mesmo tendo muito tempo de trabalho, pelo
fato de não estar trabalhado no dia da publicação da lei, perdeu a efetivação.
Essa
lei perdurou até ano passado, quando essa foi julgada e considerada
inconstitucional pelo STF, tendo em vista que a única forma de ingresso no
serviço público se dá através de CONCURSO PÚBLICO.
Desde
então, estamos vivenciando um problema na educação de Minas Gerais. As pessoas
que foram aprovadas nos concursos públicos de 2012 querem a posse mesmo nas
vagas além daquelas que foram divulgadas no edital, tendo em vista que são
ocupadas por ex-efetivados. Esses por sua vez, vivem a angústia de não saberem
que rumo seguirão. A data limite estabelecida pelo STF é 1º de abril de 2015, a
partir da qual os servidores deverão ser demitidos. O novo governador buscou
junto ao STF um adiamento dessa data, mas como não obteve resposta, fez uma
emenda prorrogando até 31 de dezembro o contrato de todos esses funcionários,
pois todas essas demissões causariam transtornos e a paralisação das aulas,
além de deixar milhares de pessoas desempregadas.
Calcula-se
que os ex-efetivados são hoje cerca de 72 mil funcionários considerando os
profissionais que já se aposentaram e outros que foram aprovados em concurso e
empossados. Com
certeza essa insegurança prejudica o andamento do trabalho e dos projetos
desenvolvidos nas escolas. Espera-se que toda essa situação seja resolvida o
mais rápido possível.
No
momento só nos resta aguardar os próximos acontecimentos para ver o rumo da
educação em Minas Gerais.
O governo tucano causou um imenso prejuízo aos educadores de MG. Convivo com professores nessa situação e me comovo com a angústia e revolta deles!
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