TTE FELIZBERTO GONÇALVES DUTRA
ARRAIAL DE SANTO ANTONIO DO RIO PRETO
GUARDA-MOR FERNANDO ANTONIO DUTRA
(do livro "BOM JESUS DO ITABAPOANA" escrito pelo historiador ZICO CAMARGO e editado por sua filha GEORGINA MELLO TEIXEIRA, a dona NINA)
(do livro "BOM JESUS DO ITABAPOANA" escrito pelo historiador ZICO CAMARGO e editado por sua filha GEORGINA MELLO TEIXEIRA, a dona NINA)
O mais antigo Arraial da Freguesia
de Bom Jesus foi o de SANTO ANTONIO DO RIO PRETO, fundado em 1840, pelo Tenente
Felizberto Gonçalves Dutra, que doou 15 alqueires de terra para o povoado.
Deu-lhe o nome de Santo Antonio do Rio Preto por dois motivos: Santo Antonio
era o Santo de sua devoção, e Rio Preto, o nome por que era conhecido o rio
àquela época.
Chegou o Tenente Felizberto
Gonçalves Dutra a estas terras, procedente das Minas Gerais, em 1836 e foi o
primeiro a se estabelecer na região do atual Calheiros. Veio com sua mulher.
Da. Silvéria Umbelina de Conde. Suas terras confrontavam com Rosal, Córrego da
Água Limpa, Rio Itabapoana e as terras do posseiro Guarda-Mor Fernando Antonio
Dutra. Em 1858 vendeu ao Major Luiz Vieira da Silva Pinto as Fazendas Fundação
e Boa Ventura; ao Cap. Cândido Soares Calheiros, juntamente com o Cap. José da
Costa Santos, a Fazenda São Tomé; e ao Sr. Joaquim Antonio Teixeira, a Fazenda
da Serônia.
Vila de Calheiros
Em 1867, foram nomeados para o
Arraial o primeiro Juiz de Paz, Sr. Joaquim de Oliveira Penna, e o primeiro
Vigário, Pe. João Mendes Ribeiro que, juntos, muito fizeram pelo progresso do
Arraial. Sobre o Padre João, conta-se que não foi bem aceito na localidade por
ser de cor preta. Era zeloso e cumpridor dos seus deveres, cuidava bem do seu
rebanho, mas o preconceito racial era muito forte. Conta-se que, certa feita,
foi abordado por um grupo de moradores, após a celebração da Santa Missa.
Forçaram-no a entrar em uma canoa, sem remos. Abandonado no meio do rio, sem
poder remar até a outra margem ou evitar a cachoeira que estava próxima, Padre
João não se perturbou: sentou-se e abriu seu livro de orações, pondo-se a
rezar. A canoa tranqüilamente teria seguido para o outro lado e novamente
voltado à margem de origem. O povo que a tudo assistia, o recebeu de volta,
aceitando a vontade de Deus. Nesse Arraial, o Padre João permaneceu até a sua
morte; no cemitério do distrito de Calheiros, encontramos seu túmulo.
Entre os muitos batizados e
casamentos celebrados por ele, destacamos alguns realizados em 1870. Por
exemplo, o batizado de ANTONIO, filho de João Teixeira de Siqueira Magalhães e de
Da. Antonia Siqueira Dutra, e o casamento de Felizberto Antonio Gonçalves com
Prudenciana Marcelina da Rosa, todos colonizadores. Em 1872, já era bem grande
o desenvolvimento do Arraial Santo Antonio do Rio Preto. Possuía uma Igreja
Católica, reconstruída em 1940 pelo casal José Nunes de Carvalho - Antônia
Teixeira de Carvalho, casas para moradia, farmácia, casas comerciais e até uma
banda de música.
Nos anos de 1872 a 1874, grassou uma
grande epidemia de cólera-morbo que matou 50% da população. Desgostoso, o Tte.
Felizberto Gonçalves Dutra preferiu mudar-se, com sua família, para o então
Distrito de São José do Calçado, na vizinha Província do Espírito Santo. Ali
faleceu em 20 de novembro de 1876. Também colaboraram nesta época da epidemia o
Sr. Francisco das Chagas Oliveira França e sua mulher Da. Maria Francisca de
Paula Souza, com alimentos, remédios e oferecendo ao Governador sua fazenda
para ser Hospital de Emergência.
Em 1879 o Decreto n° 2389 desmembrou Varre-Sai
de Bom Jesus e, em 15 de dezembro do mesmo ano, foi criado um Distrito
Policial, na mesma Freguesia, com sede no Arraial de Santo Antonio do Rio
Preto.
O casal Tte. Felizberto Gonçalves
Dutra - Da Silvéria Umbelina de Conde, deixou sete filhos: Francisco José Dutra
- casado com Anna Theodora D'Assumpçâo; Joaquina Umbelina de Conde casada com
Jacob Antonio Teixeira; Maria Silveira do Carmo; Anna Silveira de Conde;
Antonio Flor de Jesus; João Francisco Dutra - casado com Maria Carolina da
Silva e Pedro Francisco Dutra.
Como já foi dito anteriormente, o
Guarda-Mor Fernando Antonio Dutra, com sua mulher. Da. Theodora Maria
D'Assumpçao, filhos, escravos, agregados e o necessário para começar vida em
território estranho, acompanhou o Alferes Francisco da Silva Pinto, quando este
veio de Ouro Preto - Minas Gerais - para a nossa Província. Vieram, também com
ele, os irmãos Cel. José Dutra de Nicácio e Cel. Antonio Dutra de Nicácio.
Enquanto o Guarda-Mor veio diretamente para aqui, tendo posseado o Vale do
Pirapetinga, o Cel. José Dutra de Nicácio dirigiu-se para o vizinho Município
de São José do Calçado e o Cel. Antonio Dutra de Nicácio, para uma fazenda no
Município de Natividade do Carangola. O desenvolvimento das glebas de toda a
Província do Norte do Estado foi feito quase que ao mesmo tempo: enquanto o
Alferes Francisco da Silva Pinto posseava a região do Bálsamo, o Sr. Fernando
Antonio Dutra o Vale do Pirapetinga; o Sr. Felizberto Antonio Gonçalves,
Francisco José Denis ou Diniz e outros a região onde é hoje o Distrito de
ROSAL; Felizberto Gonçalves Dutra, a região de Santo Antonio do Rio Preto, hoje
Distrito de CALHEIROS; Os Srs. Jacob Mendonça Furtado, Francisco das Chagas de
Oliveira França, Pé. Germano Gonçalves da Silva Xavier, a região onde é hoje o
Distrito de CARABUÇU; e o Sr. Antonio da Silva Neném, supostamente a sede.
Fernando Antonio Dutra, como outros
Fazendeiros, mantinha um Oratório na sua fazenda, no qual se realizavam, além
das missas, batizados e casamentos. Dentre os batizados ali realizados, os mais
antigos registros encontrados foram: MARIANA, em 14 de janeiro de 1874, filha
de Manoel dos Anjos e Balbina Roza de Jesus; THEODORA, em 6 de janeiro de 1850,
e FRANCISCO, em 19 de fevereiro de 1851, netos do Guarda-Mor Fernando Antonio
Dutra e Da. 'Theodora Maria D'Assumpção.
Por volta do ano de 1864, o Sr.
Fernando Antonio Dutra vendeu as terras que possuía aos Senhores Antonio José
Borges, Francisco Borges Sobrinho e Frederico Lengruger. Ficou aqui até 1865,
quando resolveu mudar-se também para São José do Calçado, juntando-se aos
demais parentes. Lá ficou até a sua morte, em 19 de junho de 1870. Foi,
inegavelmente, um dos grandes batalhadores do nosso município.
O casal Guarda-Mor Fernando Antonio
Dutra - Da. Theodora Maria D'Assumpção, teve treze filhos: João Fernando Dutra
- casado com Carolina Maria da Silva; Maria Querubina D'Assumpção - casada com
Fel izberto Dutra de Nicácio; Anna Theodora D'Assumpção -casada com Francisco
José Dutra; Carolina D'Assumpção Dutra -casada com Manoel Gomes do Nascimento;
Cândida Maria D'Assumpçao - casada com João Pereira da Silva Júnior; José
Fernandes Dutra - casado com Antonia Maria Pereira; Francisca Maria D'Assumpção
- casada com José Pereira da Silva; Antonia Maria de Jesus - casada com João
Teixeira de Siqueira Magalhães (bisavô do autor); Maria da Glória D'Assumpção -
casada com Francisco Gomes Furtado; Maria Carlota Dutra - casada com Francisco
Rodrigues do Amaral; Joaquina Maria D'Assumpção - casada com Urbano Pereira da
Silva; Antonio Fernandes Dutra - casado com Antônia Maria Pereira e Fernando
Antonio Dutra Filho.
GUARDA-MOR FERNANDO ANTONIO DUTRA
O mais antigo Arraial da Freguesia
de Bom Jesus foi o de SANTO ANTONIO DO RIO PRETO, fundado em 1840, pelo Tenente
Felizberto Gonçalves Dutra, que doou 15 alqueires de terra para o povoado.
Deu-lhe o nome de Santo Antonio do Rio Preto por dois motivos: Santo Antonio
era o Santo de sua devoção, e Rio Preto, o nome por que era conhecido o rio
àquela época.
Chegou o Tenente Felizberto
Gonçalves Dutra a estas terras, procedente das Minas Gerais, em 1836 e foi o
primeiro a se estabelecer na região do atual Calheiros. Veio com sua mulher.
Da. Silvéria Umbelina de Conde. Suas terras confrontavam com Rosal, Córrego da
Água Limpa, Rio Itabapoana e as terras do posseiro Guarda-Mor Fernando Antonio
Dutra. Em 1858 vendeu ao Major Luiz Vieira da Silva Pinto as Fazendas Fundação
e Boa Ventura; ao Cap. Cândido Soares Calheiros, juntamente com o Cap. José da
Costa Santos, a Fazenda São Tomé; e ao Sr. Joaquim Antonio Teixeira, a Fazenda
da Serônia.
Vila de Calheiros
Em 1867, foram nomeados para o
Arraial o primeiro Juiz de Paz, Sr. Joaquim de Oliveira Penna, e o primeiro
Vigário, Pe. João Mendes Ribeiro que, juntos, muito fizeram pelo progresso do
Arraial. Sobre o Padre João, conta-se que não foi bem aceito na localidade por
ser de cor preta. Era zeloso e cumpridor dos seus deveres, cuidava bem do seu
rebanho, mas o preconceito racial era muito forte. Conta-se que, certa feita,
foi abordado por um grupo de moradores, após a celebração da Santa Missa.
Forçaram-no a entrar em uma canoa, sem remos. Abandonado no meio do rio, sem
poder remar até a outra margem ou evitar a cachoeira que estava próxima, Padre
João não se perturbou: sentou-se e abriu seu livro de orações, pondo-se a
rezar. A canoa tranqüilamente teria seguido para o outro lado e novamente
voltado à margem de origem. O povo que a tudo assistia, o recebeu de volta,
aceitando a vontade de Deus. Nesse Arraial, o Padre João permaneceu até a sua
morte; no cemitério do distrito de Calheiros, encontramos seu túmulo.
Entre os muitos balizados e
casamentos celebrados por ele, destacamos alguns realizados em 1870. Por
exemplo, o batizado de ANTONIO, filho de João Teixeira de Siqueira Magalhães e de
Da. Antonia Siqueira Dutra, e o casamento de Felizberto Antonio Gonçalves com
Prudenciana Marcelina da Rosa, todos colonizadores. Em 1872, já era bem grande
o desenvolvimento do Arraial Santo Antonio do Rio Preto. Possuía uma Igreja
Católica, reconstruída em 1940 pelo casal José Nunes de Carvalho - Antônia
Teixeira de Carvalho, casas para moradia, farmácia, casas comerciais e até uma
banda de música.
Nos anos de 1872 a 1874, grassou uma
grande epidemia de cólera-morbo que matou 50% da população. Desgostoso, o Tte.
Felizberto Gonçalves Dutra preferiu mudar-se, com sua família, para o então
Distrito de São José do Calçado, na vizinha Província do Espírito Santo. Ali
faleceu em 20 de novembro de 1876. Também colaboraram nesta época da epidemia o
Sr. Francisco das Chagas Oliveira França e sua mulher Da. Maria Francisca de
Paula Souza, com alimentos, remédios e oferecendo ao Governador sua fazenda
para ser Hospital de Emergência.
Em 1879 o Decreto n° 2389 desmembrou Varre-Sai
de Bom Jesus e, em 15 de dezembro do mesmo ano, foi criado um Distrito
Policial, na mesma Freguesia, com sede no Arraial de Santo Antonio do Rio
Preto.
O casal Tte. Felizberto Gonçalves
Dutra - Da Silvéria Umbelina de Conde, deixou sete filhos: Francisco José Dutra
- casado com Anna Theodora D'Assumpçâo; Joaquina Umbelina de Conde casada com
Jacob Antonio Teixeira; Maria Silveira do Carmo; Anna Silveira de Conde;
Antonio Flor de Jesus; João Francisco Dutra - casado com Maria Carolina da
Silva e Pedro Francisco Dutra.
Como já foi dito anteriormente, o
Guarda-Mor Fernando Antonio Dutra, com sua mulher. Da. Theodora Maria
D'Assumpçao, filhos, escravos, agregados e o necessário para começar vida em
território estranho, acompanhou o Alferes Francisco da Silva Pinto, quando este
veio de Ouro Preto - Minas Gerais - para a nossa Província. Vieram, também com
ele, os irmãos Cel. José Dutra de Nicácio e Cel. Antonio Dutra de Nicácio.
Enquanto o Guarda-Mor veio diretamente para aqui, tendo posseado o Vale do
Pirapetinga, o Cel. José Dutra de Nicácio dirigiu-se para o vizinho Município
de São José do Calçado e o Cel. Antonio Dutra de Nicácio, para uma fazenda no
Município de Natividade do Carangola. O desenvolvimento das glebas de toda a
Província do Norte do Estado foi feito quase que ao mesmo tempo: enquanto o
Alferes Francisco da Silva Pinto posseava a região do Bálsamo, o Sr. Fernando
Antonio Dutra o Vale do Pirapetinga; o Sr. Felizberto Antonio Gonçalves,
Francisco José Denis ou Diniz e outros a região onde é hoje o Distrito de
ROSAL; Felizberto Gonçalves Dutra, a região de Santo Antonio do Rio Preto, hoje
Distrito de CALHEIROS; Os Srs. Jacob Mendonça Furtado, Francisco das Chagas de
Oliveira França, Pé. Germano Gonçalves da Silva Xavier, a região onde é hoje o
Distrito de CARABUÇU; e o Sr. Antonio da Silva Neném, supostamente a sede.
Fernando Antonio Dutra, como outros
Fazendeiros, mantinha um Oratório na sua fazenda, no qual se realizavam, além
das missas, batizados e casamentos. Dentre os batizados ali realizados, os mais
antigos registros encontrados foram: MARIANA, em 14 de janeiro de 1874, filha
de Manoel dos Anjos e Balbina Roza de Jesus; THEODORA, em 6 de janeiro de 1850,
e FRANCISCO, em 19 de fevereiro de 1851, netos do Guarda-Mor Fernando Antonio
Dutra e Da. 'Theodora Maria D'Assumpção.
Por volta do ano de 1864, o Sr.
Fernando Antonio Dutra vendeu as terras que possuía aos Senhores Antonio José
Borges, Francisco Borges Sobrinho e Frederico Lengruger. Ficou aqui até 1865,
quando resolveu mudar-se também para São José do Calçado, juntando-se aos
demais parentes. Lá ficou até a sua morte, em 19 de junho de 1870. Foi,
inegavelmente, um dos grandes batalhadores do nosso município.
O casal Guarda-Mor Fernando Antonio
Dutra - Da. Theodora Maria D'Assumpção, teve treze filhos: João Fernando Dutra
- casado com Carolina Maria da Silva; Maria Querubina D'Assumpção - casada com
Fel izberto Dutra de Nicácio; Anna Theodora D'Assumpção -casada com Francisco
José Dutra; Carolina D'Assumpção Dutra -casada com Manoel Gomes do Nascimento;
Cândida Maria D'Assumpçao - casada com João Pereira da Silva Júnior; José
Fernandes Dutra - casado com Antonia Maria Pereira; Francisca Maria D'Assumpção
- casada com José Pereira da Silva; Antonia Maria de Jesus - casada com João
Teixeira de Siqueira Magalhães (bisavô do autor); Maria da Glória D'Assumpção -
casada com Francisco Gomes Furtado; Maria Carlota Dutra - casada com Francisco
Rodrigues do Amaral; Joaquina Maria D'Assumpção - casada com Urbano Pereira da
Silva; Antonio Fernandes Dutra - casado com Antônia Maria Pereira e Fernando
Antonio Dutra Filho.
Como consigo este livro em terceira edição revista e atualizada? Se alguém ´puder me informar serei grata. Preciso dele, tenho muito interesse na história da fundação desta cidade.
ResponderExcluirGrata
Elza Fraga
Basta informar seu endereço para o e-mail do jornal, que enviaremos o exemplar desejado.
ResponderExcluirOla gostaria de um exemplar.
ResponderExcluirBoa noite, Gostaria muito de uma versão em pdf ou digitalizada do livro do Zico Camargo também, qual o email do jornal para que eu possa entrar em contato?
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