terça-feira, 27 de setembro de 2016

OS SONHOS DE MARIAN SAAD SAUMA



Marian  Saad Sauma e a foto dos pais Merhige Hanna Saad e Alzira Sauma Saad


Irmã de Ismélia Saad Silveira, a Eterna Primeira Dama, e conhecida como Didinha, a mais velha dos irmãos, Marian Saad Sauma concedeu entrevista ao O Norte Fluminense noo dia 19 de abril de 2014, na casa de seus pais, localizada na Praça Governador Portela. O pai, Merhige Hanna Saad, nasceu no Líbano e casou-se com Alzira Sauma Saad, oriunda de Santa Clara (MG), filha de libaneses. 

De acordo com Marian, os libaneses procuravam sempre conviverem entre si, o que facilitava o matrimônio com os descendentes.

O casamento de ambos ocorreu em Tombos (MG), onde os pais de Alzira residiam. O avô paterno se chamava José Sauma.

Merhige era mascate e vendia mercadorias nas fazendas. Quando, contudo, veio para Bom Jesus, estabeleceu um comércio, no local onde hoje fica a residência de Alda Seródio.

Merhige veio a Bom Jesus por volta de 1906, e se estabeleceu primeiramente em Matinada (MG). Quando veio a Bom Jesus, se associou aos irmãos Karin, e Salim Antônio. Quirino é a forma abrasileirada de Karin. Dissolveram a sociedade e Merhige  dedicou-se à produção e comércio de café, que possuía nas fazendas do Espírito Santo.

Marian casou-se com Edmundo Sauma, em 1956, em Bom Jesus do Itabapoana, e possui três filhos: Mônica, Simone e Renato. São 4 netos: Maria Antônia, Maria Clara, Maria Carolina e Luís Edmundo.

Marian foi a primeira rainha da Festa de Agosto de 1948. Com o dinheiro apurado, foi possível que o Hospital São Vicente de Paulo adquirisse um aparelho de Raio X.

"Meu pai amava Bom Jesus do Itabapoana. Sinto muita saudade dele. Era pai amoroso e marido exemplar. Possuía uma visão extraordinária do mundo. Veio do Líbano analfabeto e, aqui, esqueceu o idioma do Líbano. Ele só pensava no progresso de Bom Jesus do Itabapoana. As pessoas sempre recorriam a ele quando necessitavam de auxílio e ele nunca negava nada a ninguém". 

Certa vez, disseram a ele para fazer investimento no Rio de Janeiro. Meu pai respondeu: "Eu invisto em Bom Jesus do Itabapoana, porque foi aqui que ganhei".

Ele faleceu com 73 anos de idade, em 1973.

"Recordo-me que meu pai, certa vez, estava passando mal de saúde e resolvemos trazer um médico de avião do Rio de Janeiro. Este médico recomendou a ida dele a Niterói. Recuperou-se na casa de Ismélia. Papai ficou cerca de 3 meses e recebeu alta.


 Quando retornou a Bom Jesus, fez questão de ir ao Cine Monte Líbano e cumprimentar  seus funcionários. Em seguida, foi até a sua casa e trouxe um chinelo para a mamãe. Segurou-a, então, pela mão, e andou com ela em cada canto da casa. Ao final ele disse à mamãe com emoção: ' É aqui que temos de ficar!". Em seguida, minha mãe foi preparar uma canja para ele. Papai foi tomar banho e, como de costume, não trancou a porta do banheiro. Passado algum tempo, mamãe chamou por ele, que não respondeu. Ela resolveu então entrar no banheiro e viu papai caído no chão, envolvido na toalha: ele estava morto. Ele teve um colapso cardíaco."

Didinha se preocupa com os jovens de nosso município: "acho que tanto o prédio do Monte Líbano, como o do Aero Clube poderiam ser utilizados, respectivamente, para atividades culturais e esportivas para a nossa juventude", pontuou.

Fica a esperança que a nova administração municipal, a partir de 2017, possa implementar os sonhos de Marian, que são os mesmos de todos os munícipes.
Cine Monte Líbano, construído pelo libanês Merhige Hanna Saad, em 1952, com capacidade para mil pessoas, e hoje, desativado. Próxima administração municipal pode fazer história em Bom Jesus, desapropriando o imóvel e transformando-o em área de desenvolvimento cultural






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