Romil Laurindo Neto não gostava muito de falar sobre a guerra, isso devido a inúmeras situações difíceis que ele tivera que enfrentar, não só em combate, mas também em tempos de espera, em que pôde observar e conviver com a miséria e o desespero em que se encontravam muitas famílias italianas. Após um dos vários combates enfrentados pela FEB, Romil Laurindo Neto comandou um pelotão que se encontrava momentaneamente desorientado. Devido à dureza da batalha, muitos pereceram diante dos olhos dos companheiros que tentavam recolher restos de corpos e feridos diante do desespero. O expedicionário também foi vítima de um ataque cuja explosão o lançou ao solo. Desse modo, ele permaneceu rastejando, ficando perdido por várias horas até ser encontrado por alguns soldados brasileiros, que quase o metralharam, pensando se tratar do oponente.
Romil Laurindo Neto, na Itália |
Certa vez, Romil Laurindo Neto relatou que apesar de todas as dificuldades pelas quais passou na Itália, ainda não tinha uma noção exata da crueldade da guerra e da realidade que estava vivendo. Ele relatou que começou a perceber o que era uma guerra de verdade quando, após um dos ataques ao Monte Castelo, os corpos dos brasileiros, que foram mortos no combate anterior, foram minados pelos soldados alemães. Então, quando alguém tentava recolher o corpo, ele explodia, matando ou mutilando a pessoa que o tocasse. A partir dessa experiência, ele pôde perceber com toda clareza o que era uma guerra e teve consciência de que sua vida nunca mais seria a mesma.
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