I
Entre o pó de algum
atalho,
leva o pobre, na
sacola,
alguns tostões,
réstia de alho,
pão, chouriço que o consola.
II
Segue em frente, e, já cansado,
num outro atalho vai indo,
suarento, empoeirado,
não vai triste, até sorrindo.
III
O
pobre, de tanto andar,
tem muitos calos
nos pés.
Ter sapatos? Nem pensar!
Sempre em frente, lés a lés.
IV
Era noite, adormeceu,
de madrugada acordou,
-seu destino Deus o deu-
mãos aos céus, tanto rezou.
V
Na
estrada outra aldeia,
bate
na porta, em portas,
-assim
o pobre granjeia-
para
só, em horas mortas.
Janeiro/2014 ------------------------------ José Pais de Moura Simões
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