José Monteiro de Sousa, o "seu" Juquita |
José Monteiro de Sousa, o "seu" Juquita, completa, hoje, 106 anos, um grande acontecimento para a comunidade ítalo-brasileira e para Bom Jesus do Itabapoana.
Além dos filhos Selma e José, José Monteiro possui três netos: Ruy, Raquel e Vinícius, além da bisneta Francesca, que, quando o bisavô completou 100 anos, fez questão de registrar: "Você faz aniversário e nós é quem ganhamos o presente: SUA COMPANHIA".
O neto Ruy e a bisneta Francesca |
Os italianos Ângelo Bortolazzi e Rosa Luísa Montresor vieram para o Brasil em 1889, segundo "seu" Juquita, bisneto do casal. Nascido no dia 1º/09/1911, em Calheiros, na Fazenda São Tomé, então 11º. distrito de Itaperuna, Juquita está lúcido e com invejável memória.
Selma, filha de José Monteiro, diz que "o sobrenome Monteiro dado a meu pai foi uma criação equivocada do escrivão que o registrou. O sobrenome correto era Montresor. Do jeito que ficou, acabou sendo perdida a referência italiana no nome. Mas, hoje, por exemplo, meu filho Rui fez questão de resgatar isso e deu à sua filha, que hoje possui 3 anos de idade, o nome de Francesca Montresor Bartolazzi da Costa".
De acordo, ainda, com Selma, "Juquita era uma das formas com que os italianos chamavam as pessoas que tinham o pré-nome de José".
Juquita, que mora em Bom Jesus do Itabapoana, assinalou, há seis anos, para a reportagem de O Norte Fluminense, por sua vez, que "quando chegaram ao Brasil, meus bisavós, Ângelo e Rosa estabeleceram-se inicialmente em Carmo (RJ), na Fazenda da Soledade, de propriedade do 'dr. Carlos Soares'. Ocorre que minha bisavó faleceu durante o parto de seu filho Carlos, que viria a ser conhecido como Carlito. Por este motivo, meu bisavô acabou vindo para Calheiros, para trabalhar na fazenda de uma irmã do dr. Carlos Soares".
Posteriormente, se estabeleceu nas seguintes localidades: a) Fazenda de Itaguassu, b) Quebrado, c) Fazenda da Segunda, em 1926, onde permaneceu por dois anos e d) Seronha, de onde mudou-se para Calheiros.
Segundo "seu" Juquita, seus bisavós tiveram 5 filhos: Amélia, Luísa, Luís, Marieta e Carlito.
Os 5 filhos de ÂNGELO e ROSA
1. Amélia Luiz Montresor Bartolazzi, sua mãe, nasceu em Verona, Itália, e casou-se com Manoel de Sousa Rocha, que era oriundo de Minas Gerais. Tiveram 7 filhos: Alberto, Juquita, Arlindo, Pedro, Geraldo, Marieta - mãe do acadêmico Paulo Xavier - e Sebastião.
Manoel de Sousa e Amélia Luiz Montresor Bartolazzi com os filhos Alberto, Juquita, Arlindo, Pedro, Geraldo, Marieta e Sebastião, em Calheiros. Foto de 1950 |
2. Luís Bartolazzi casou-se com Claudineia Sousa Rocha, com a qual teve 10 filhos: Otacílio, Eugênio, Claudino, Ângelo Bartolazi, Umberto, Luizinho, Conceição, Aída, Venina e Alice.
3. Luísa, que casou-se e "mudou-se provavelmente para São Paulo, e não tivemos mais notícias dela".
4. Marieta, que teve os filhos: Abílio, Aderbal, Amarildo, Zizinha, Benedina, Zelinam Ciroca e Fia.
5. Carlito, que, segundo se recorda, teve os filhos Sebastião e Zilda.
"Seu"Juquita casou-se com Geny Nolasco Resende, em 1945, tendo dois filhos: Selma, professora aposentada, e José Resende, aposentado na Aeronáutica. "José Resende trabalhou para o dr. Luciano Bastos com carteira assinada. Foi o seu primeiro e último patrão, já que, logo depois, ingressou na Aeronáutica", revela "seu" Juquita, assentando ainda que, "em janeiro de 1942, com 30 anos de idade, fui o primeiro da família a sair de casa. Estabeleci um comércio de varejo em Calheiros, em sociedade com Orlando de Sá Vieira. Em 29/12/1945, casei-me e continuei no comércio por mais dois anos”.
Casa de venda de Juquita (toda de azul) em sociedade com o irmão Alberto, em Calheiros. A casa ao lado foi construída, depois, para ser um armazém, na década de 1950 |
Continuou ele dizendo que “com o fim da sociedade, convidei meu irmão mais velho, Alberto, para entrar na mesma. Passei 14 anos neste trabalho e, como a lavoura e o comércio tiveram um declínio, e considerando que eu queria dar estudo para meus filhos, mudei-me para Bom Jesus em 1960. Selma estudou no Ginásio Rio Branco e depois concluiu o curso Normal no mesmo educandário. José estudou no antigo Pereira Passos, atual Colégio Estadual Governador Roberto Silveira e, depois, no Ginásio Rio Branco".
"Seu" Juquita foi subdelegado nomeado em 13/5/1952, pelo governador Ernâni do Amaral Peixoto. Segundo "seu" Juquita, "fui subdelegado de graça e a seco. Nunca ganhei nada pelo serviço. Foram 8 anos que considero de escravidão para mim, mas cumpri meu dever".
Famílias italianas da região conhecidas por "seu" Juquita
"Seu" Juquita diz que conheceu membros de diversas famílias italianas, mencionando as seguintes:
a) JACOMINI. Juquita conheceu "Belarmino Jacomini, residente na Seronha, e João Jacomini";
b) ZANON. Juquita se recorda do italiano "David Zanon, residente no Alto da Serônia";
c) SALOTTO. Juquita conheceu "Otílio Salotto, cujo pai, Carlos Salotto morava na Serra da Boa Vista";
d) DEGLI ESPOSTI. Juquita se recorda de "Cesário, Guilherme e Augusto. Lembro-me quando Cesário e Guilherme moravam em Lambari, enquanto Augusto residia em Água Limpa";
e) CAPACCIA. Juquita diz que conheceu o "italiano Privato Capaccia, que residia em Água Limpa".
O JORNAL O NORTE FLUMINENSE PARABENIZA "SEU" JUQUITA E A TODA A FAMÍLIA, DESEJANDO-LHE MUITOS ANOS DE VIDA!
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