Um projeto antigo de manter viva a memória dos heróis bonjesuenses que lutaram na 2a Guerra Mundial deve resultar na fixação de objetos da época e banners, nas dependências do Tiro de Guerra, comandado pelo Subtenente Alex Sandro Rocha Ricardo, por ocasião da Festa de Agosto, de acordo com articulação com o secretário de Cultura, Turismo e Urbanismo, Bob Flávio.
Em 1981, o Lions Clube e a Prefeitura Municipal inauguraram placa em homenagem aos herois bonjesuenses, à frente do prédio da Prefeitura.
Pesquisas posteriores indicaram que outros nomes devem ser acrescidos a essa lista de 19 nomes.
O jornal O Norte Fluminense realizou entrevistas com descendentes de alguns desses herois, entre os anos de 2016 e 2017. O Professor José Francisco Melo Laurindo, por outro lado, também realizou importantes contribuições para o resgate da vida de alguns de nossos herois, entre os quais, Paulo Moreira, que deu sua vida em campo de batalha, pela liberdade do mundo.
A seguir, reproduzimos o texto de lavra de José Francisco Melo Laurindo, a respeito do Expedicionário Paulo Moreira, que dá nome a uma rua central de nossa cidade.
Lions Clube e Prefeitura Municipal homenagearam os heróis da 2ª Guerra Mundial, em 1981.
José Francisco Melo Laurindo |
O professor José Francisco Melo Laurindo é o autor do texto que segue, com contribuição de Cláudio Moreira Pillar, sobrinho do Expedicionário Paulo Moreira
Paulo Moreira |
Paulo Moreira residia na esquina entre a Rua Expedicionário Paulo Moreira e a Rua Buarque de Nazareth |
Ao todo, Paulo Moreira tinha sete irmãos, quatro do primeiro matrimônio de seu pai: José, Floriano, Sebastião e Maria Laudicéia (Zizi) e três do segundo matrimônio: Joaquim, Alice, Aylton e Paulo que era o caçula.
Foto de Paulo, o mais novo, e seus irmãos, em ordem cronológica: Alice, Joaquim, Aylton, Célia e Paulo |
Alice Mello Moreira, mãe de Paulo Moreira |
Dona Alice era costureira e criou os seus filhos com muito amor e sacrifício. Ela possuía os seguintes irmãos: Altino, Aristides, Sinhô, Zulmira, Arinda e Adalzina.
Paulo Moreira vivia com os pais em um sobrado na esquina da rua que hoje tem seu nome (Rua Expedicionário Paulo Moreira) com a Rua Buarque de Nazareth, no local onde hoje se encontra o edifício José Guilherme.
Paulo cresceu ao redor de sua grande família e, como a maioria dos meninos adorava futebol, chegou a fazer parte do Olympico Futebol Clube. Segundo um relato do saudoso Dr. Luciano Augusto Bastos, ele era considerado um bom e dedicado jogador.
Paulo Moreira vivia com os pais em um sobrado na esquina da rua que hoje tem seu nome (Rua Expedicionário Paulo Moreira) com a Rua Buarque de Nazareth, no local onde hoje se encontra o edifício José Guilherme.
Paulo cresceu ao redor de sua grande família e, como a maioria dos meninos adorava futebol, chegou a fazer parte do Olympico Futebol Clube. Segundo um relato do saudoso Dr. Luciano Augusto Bastos, ele era considerado um bom e dedicado jogador.
Última página de uma carta de Paulo Moreira, enviada do Rio de Janeiro, a sua mãe |
Quando o Brasil declarou guerra às forças do Eixo (aliança político-militar formada pela Alemanha Itália e Japão) em 1942, Paulo Moreira servia o Exército em Niterói- RJ. Ao observarmos as cartas de Paulo nesse período, percebemos sua preocupação com os familiares, principalmente com a sua mãe. Durante a guerra, o Expedicionário integrou o 1º Regimento de Infantaria (Regimento Sampaio) do Rio de Janeiro, que juntamente com o 6º Regimento de Infantaria, de Caçapava, São Paulo e o 11º Regimento de infantaria (atual Regimento Tiradentes) de São João del Rei, Minas Gerais, formavam a base da Infantaria da 1º DIE -Divisão de Infantaria Expedicionária. Em campo de batalha onde dor, desespero, sofrimento e morte andam de mãos dadas, Paulo Moreira atuava como enfermeiro ocupando a graduação de 3º Sargento.
No dia 04 de Janeiro de 1945, na região de Porreta Terme, na Itália, Paulo atendia alguns feridos quando o grupo em que ele estava foi surpreendido por um morteiro da artilharia alemã. Com a explosão, vários militares que se encontravam ali morreram na hora, inclusive Paulo que fora atingindo por estilhaços que seccionaram sua carótida. Nesse dia também, morreram o soldado Miguel Francisco Dias, do 6ª RI e o 3º Sargento Paulo Inácio de Araújo do 1ª RI. Em relação a esse episódio, o Sr. Nilo Escudino, em uma entrevista realizada em 2005, forneceu-me as seguintes informações: “... morreu na porta do hospital, aí eu estava em Livorno, um amigo me ligou: ô Nilo, seu conterrâneo..., houve um acidente com ele...” . O Sr. Nilo Escudino também era combatente e residia em Bom Jesus do Norte - ES.
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