Jornal fundado por Ésio Martins Bastos em 25 de dezembro de 1946 e dirigido por Luciano Augusto Bastos no período 2003-2011. E-mail: onortefluminense@hotmail.com
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
Um Santo e Feliz Natal Para Todos!
No Reino de Portugal, foi em meados do século XIX, que o Rei-consorte Dom Fernando II, marido da Rainha Senhora Dona Maria II, introduziu pela primeira vez o costume de armar e enfeitar a Árvore de Natal, País, onde até então, a tradição natalícia decorativa abrangia, desde o século XVI, apenas o Presépio – até porque a celebração do Natal é a festa do Nascimento do Rei dos Reis, o Salvador Jesus Cristo – e de que eram expoentes os de Machado de Castro, Barros Laborão e António Ferreira. Entre estes, é Machado de Castro (séc. XVIII) o responsável pela realização dos mais conhecidos e emblemáticos Presépios o que o tornou imensamente famoso, não obstante ser ainda da autoria do escultor a Estátua equestre do Rei D. José I e a fachada da Basílica da Estrela, em Lisboa. Embora a sua Oficina fosse responsável pela idealização de inúmeros presépios encomendados pelos maiores da época, os mais afamados são aqueles que burilou para a Sé Patriarcal de Lisboa, datado de 1776, e o da Basílica da Estrela, realizado em 1782.
O Presépio da Basílica da Estrela, composto por 500 figuras, foi encomendado por Sua Majestade Fidelíssima A Rainha D. Maria I de Portugal. É o maior Presépio português, onde figuram 500 peças, sendo um presépio barroco em terracota e pasta de papel, onde cada personagem foi talhado com detalhes admiráveis, elevando-o à condição de verdadeira obra-prima escultórica.
Quanto ao Bolo-Rei, é legado dos romanos que, primeiro, persistiu somente em França onde tem duas formas de confecção: no Norte é em massa folhada e, no Sul, um brioche recreado com frutas caramelizadas, tal como o Bolo-Rei português que por isso deriva do segundo. Foi precisamente das suas viagens por França, que Baltazar Castanheiro II, filho do fundador da Confeitaria Nacional, trouxe a receita do Bolo-Rei, mais precisamente de Toulouse.
Mas claro, é mérito da Confeitaria Nacional e do seu empreendedor de confeitaria pegar numa receita do bolo francês e convertê-la no icónico e típico doce português: o bolo redondo, em forma de coroa, com frutos secos e cristalizados e polvilhado com açúcar. O Bolo-Rei logo se tornou um sucesso, e a Confeitaria Nacional foi nomeada, por El-Rei D. Luís I, fornecedora oficial da Casa Real. Depois até se generalizar, dada a qualidade do produto, foi um ápice: o Bolo-Rei, assim chamado por causa da forma de Coroa, não mais abandonaria as mesas nacionais, sobretudo na época Natalícia.
Já na república velha, aquela instaurada por intermédio de um processo revolucionário, que durou entre 1910 e 1926, Afonso Costa e Bernardino Machado mudaram o nome do Bolo-Rei para Bolo-presidente, mas os portugueses não engoliram… nem a imposição, nem a nomenclatura nascida daquelas mentes intransigentes; e a designação Bolo-Rei prevaleceria ad eternum.
Se o bacalhau é o fiel amigo, o Bolo-Rei é o Real Amigo e sempre permanecerá: inventem quantos pastelinhos quiserem e nomeiem-nos de ‘presidentes’ – como em Cebolais de Cima (história verídica) -, de ministros, de edis, de vereadores, mas o Real pastel perdurará sempre entronizado nos nossos corações e palato como Bolo-Rei!
Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica
Enviado por Antonio Soares Borges
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