No dia 12 de Outubro 1808 D. João VI de Portugal institui o ”Banco do Brasil”. Este Banco foi o primeiro a ser criado em território do Império Português, por Alvará desse mesmo dia, pelo então ainda Príncipe-Regente Dom João de Bragança, futuro Rei de Portugal, D. João IV.
A ideia de fundar um banco ligado ao Estado já circulava em Portugal mesmo antes da corte ter ido para o Brasil. Desde o século XVIII, o italiano Domingos Vandelli, radicado em Portugal, era defensor da proposta do estabelecimento de um banco que recebesse os depósitos públicos, da “Casa da Moeda” e dos diamantes, podendo antecipar ao governo os rendimentos do “Erário Régio”.
O Conde de Linhares, Rodrigo de Sousa Cardoso, foi outro dos grande defensores da ideia da criação de um banco Nacional. Já em 1797 havia recomendado a sua criação através do “Banco Real Bragantino”, num projeto que, apesar de não ter sido executado serviu de base para a estruturação do “Banco do Brasil”.
O Banco foi constituído com o objetivo de que se pusessem “em ação os cômputos estagnados assim em géneros comerciais, bem como em espécies cunhadas”, além de promover a indústria nacional “pelo giro e combinação dos capitais isolados” auxiliava o Estado a captar os recursos necessários para o financiamento de suas atividades.
Foi o quarto Banco emissor do mundo, depois do Banco da Suécia (1668), Banco de Inglaterra (1694) e Banco de frança (1800). instalou-se inicialmente na cidade do Rio de Janeiro, com 1200 contos de réis de capital, e iniciou a sua atividade a 11 de dezembro de 1809. Funcionava como uma espécie de banco central misto, de depósitos, descontos e emissão, dotado ainda do privilégio da venda dos produtos de que a Coroa Portuguesa tinha monopólio: pau-brasil, diamantes, marfim e urzela.
Texto retirado do futuro livro “365 dias de História”.
Luís M. Cunha.
Bibliografia:
Cardoso, José Luís. Novos elementos para a história do Banco do Brasil (1808-1829): crónica de uma morte anunciada. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 30, n. 59. 2010; Franco, Afonso Arinos de Melo. História do Banco do Brasil. Rio de Janeiro: Artenova, 1973; Franco, Bernardo de Souza. Os bancos do Brasil. Brasília: Editora UnB, 1984; Piñeiro, Théo Lobarinhas. Negociantes, intendência e o primeiro Banco do Brasil: uma trajetória de poder e grandes negócios. Tempo, Rio de Janeiro, n. 15, 2003.
Primeiro bilhete de papel-moeda do Banco do Brasil, emitido em 1810.
Enviado por Antonio Soares Borges
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