A GUERRA DA INTRIGA (OU DE CANUDOS), de TARCÍSIO BORGES, é aclamado no ECLB
Tarcísio Borges se desponta na literatura nacional |
O bonjesuense Tarcísio Borges lançou, no ECLB, o romance histórico A GUERRA DE INTRIGA (OU DE CANUDOS), uma obra que revoluciona a concepção tradicional sobre os fatos ocorridos durante a conhecida Guerra de Canudos, no final do século XIX.
A Guerra da Intriga (ou de Canudos): obra revoluciona a concepão tradicional sobre o fato histórico |
O evento transcorreu com um produtivo bate-papo entre o autor e o público presente, que fez questão de adquirir a obra do bonjesuense.
Ao final, Tarcísio Borges disse sentir-se realizado: " Impressionou-me a participação do público, e em especial dos jovens, com suas variadas perguntas. Tudo isso no ambiente do ECLB, que considero um poema", assinalou.
Claudia Bastos, diretora do ECLB, Tarcísio Borges, e Gino Bastos |
O pianista bonjesuense Tadeu Almeida marcou presença, encantando o público com apresentação de músicas da época do episódio histórico.
O pianista bonjesuense Tadel Almeida apresentou músicas da época do conflito |
A GUERRA DA INTRIGA (OU DE CANUDOS) "É IMPACTANTE", DIZ CRÍTICA LITERÁRIA
A Guerra da Intriga (ou de Canudos), de Tarcísio Borges, é uma obra de ficção sobre o conflito que, no fim do século XIX, colocou frente a frente o exército brasileiro e os moradores da comunidade criada por Antônio Conselheiro, no interior da Bahia. A ideia de escrever o livro surgiu em 1997, quando o autor morava na Bahia. A Guerra da Intriga (ou de Canudos) é o segundo livro do escritor , autor também de Sem Defeitos.
O
livro conta a história da Guerra de Canudos a partir da vida do
comerciante Zé de Tonha. Além disso, o autor trata das quatro expedições
a Canudos e das intrigas que levaram a um dos mais sangrentos conflitos
da história do país – os boatos sobre a invasão de cidades vizinhas e
de Salvador pelos seguidores de Antônio Conselheiro. A pressão dos
coronéis por uma intervenção do governo; a atuação dos filhos desses
homens, recém-chegados de Paris, como voluntários em Canudos, e a
participação decisiva dos “heróis” da Guerra do Paraguai nas batalhas,
são alguns dos destaques desse segundo livro escri
to por Tarcísio Borges.
Para a professora Laeticia Jensen Eble, da Universidade de Brasília, responsável pela revisão do livro, A Guerra da Intriga (ou de Canudos)
é impactante e permite uma análise profunda sobre episódios que
aconteciam naquela época e continuam acontecendo ainda hoje. “O livro
envolve pelo tema, pela perspectiva e pela habilidade narrativa.
Revolver um caso como este permite também refletir sobre muita coisa que
acontece ainda hoje, porque a ideologia e os preconceitos que vigoravam
naquela época e que permitiram aquelas atrocidades ainda permanecem
entranhados em nossa sociedade, sob a forma de racismo, hom
ofobia e etc. O narrador não se ‘cola’ propriamente a nenhum
personagem, e, no entanto, tem uma perspectiva bastante marcada por suas
próprias reflexões críticas” – explica.
Para
o escritor Ronaldo Cagiano, que assina o texto da orelha do livro, a
narrativa de Tarcísio Borges permite desmantelar os (pre)conceitos que
nortearam a opinião pública, a reboque das intenções ideológicas do
governo e do oportunismo açodado de uma imprensa atrelada aos seus
interesses. “Estava em jogo um projeto de nação que excluía justamente a
grande massa de miseráveis representada por aqueles que se juntaram a
Conselheiro nessa aventura, que nasceu de motivo fútil (um carregamento
de madeira não entregue) e travestiu-se numa “revolução” que trazia seus
ingredientes de nonsense e paranoia. Apesar da correlação de
forças, o lado mais fraco seguiu sua sina pela manutenção de uma utopia
irrealizável, confrontando a consciência positivista do poder
constituído com a insanidade de um bando precar
iamente armado tutelando a ideologia salvacionista de um líder
carismático, que canalizou a revolta popular com certo grau de
messianismo” – esclarece.
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