A antiga Casa da Farinha estava fixada na propriedade onde Antônio Ignácio da Silveira se instalou em Bom Jesus do Itabapoana. Ele era filho do açoriano Manuel Ignácio da Silveira. |
A Casa da Farinha constituiu um prédio emblemático na vida da Família Silveira, uma vez que foi na propriedade onde a construção foi erguida, que Antônio Ignácio da Silveira, avô dos futuros governadores Roberto e Badger Silveira, se instalou, no final do século XIX, assim que veio para Bom Jesus, onde as terras eram férteis e atraíram muitos açorianos.
Badger Silveira e Ana Maria Silveira, filhos do ex-governador Badger Silveira, visitaram, em 2014, o cômodo que restou do casarão onde residiram seus bisavós |
Antônio Ignácio veio para Bom Jesus no século XIX, após a morte de seu pai, Manuel Ignácio Silveira, português da ilha do Pico, no arquipélago dos Açores, trazendo uma viola de arame presenteada por ele, além de uma quantia em dinheiro. Ao se fixar nesta propriedade, costumava participar de reuniões festivas onde se dedicava a tocar sua viola.
Badger Silveira e Ana Maria Silveira visitaram o interior da Casa da Farinha, contígua à residência de seus bisavós |
A professora Maria Borges da Silveira, esposa de Antônio Ignácio, veio posteriormente, de Niterói, juntamente com os filhos, entre os quais Boanerges, pai dos governadores.
Foi Antônio Ignácio, por outro lado, que participou ativamente na luta pela 1ª emancipação de Bom Jesus, que ocorreu no dia 25 de dezembro de 1890. Essa índole política foi transmitida naturalmente a Boanerges que, por sua vez, repassou-a a seus filhos Roberto, Badger e Zequinha Silveira, que se destacaram na vida política do país. Roberto e Badger foram eleitos governador do Estado do Rio de Janeiro, enquanto Zequinha Silveira foi eleito deputado federal pelo Paraná.
Vejam o que assinala o livro "Roberto Silveira, A Pedra e o Fogo", de José Sérgio Rocha:
"As colheitas eram fortes no Norte Fluminense. Antônio Ignácio partiu sozinho com a viola de arame e parte dos dois contos e quinhentos réis da herança paterna. Em Bom Jesus do Itabapoana, abre um açougue.
Ele tinha se casado no dia 4 de maio de 1884, com a professora Maria Borges da Silveira, em Niterói.
Em Bom Jesus, Antônio Ignácio tinha outra mulher, conhecida como Sinhá, com quem teve um filho. E tinha também Odete, na zona do meretrício.
Quando Antônio Ignácio Silveira compra um sítio em Bom Jesus do Itabapoana, sua esposa Maria Borges da Silveira se muda de Caiçara, em Niterói, com seus filhos, inclusive Boanerges, que nasceu em 1890.
Badger era adolescente, quando João, conhecido como Fidélis, com 70 aos de idade, apareceu na Fazenda São Tomé. Ele fora escravo, entre 2ª e 4ª feira, de Antônio Ignácio, e de 5ª a sábado, de Joaquim Maciel. Na época, houve disputa pelo escravo, onde se decidiu esta divisão.
Ele cumprimentava assim:
- Sôs Cristo! (Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo)
- Louvado seja!
Antônio Ignácio havia morrido aos 75 anos, de câncer nos rins. Maria Borges da Silveira falecera antes".
Nenhum comentário:
Postar um comentário