quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

DIADEMA

 

Em homenagem aos 100 anos do Poeta Élcio Xavier


Venho de outras bandas, meu rio é outro.

Meu muito é pouco diante do teu verso.

Engatinho, enquanto, ereto, andas.

Flutuas; eu, ainda, imerso feto.


Trazemos a marca tangida em brasa, na cabeça.

Diadema poético que sulca as peles.

Que faz com que, da manhã, o véu tu reveles e, que ao revelares, em véu,

Eu amanheça.


Cem anos são nada diante da tua Poesia,

Que perpassa a vida, nau a singrar.

"Toma o teu roteiro claro e definido", branco como o dia,

"E não calces nunca teus pés antes da primeira dor."

Levantes! Pois, assim exige a Poesia e vaticina o poema-menino-amor:

Poeta, "tua sina é cantar."



Saulo Soares Monteiro de Carvalho

Membro Correspondente da Academia Bonjesuense de Letras

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