Padre Mello: um gênio da Civilização e da Cultura |
SONETO A UM JOVEM CEGO
Padre Mello
Tu sentes, bem o sei, intérmina amargura
por não teres acesa a luz nesses teus olhos.
Vives na escuridão assim como em refolhos
a linda mariposa em crisálida escura.
Vendo, verias tu do mundo a formosura,
o sol, o prado, o inseto, a flor... e mil abrolhos;
mas também a tua alma encontraria escolhas
onde teu coração julgasse ver ventura.
Muitas vezes, porém, os que bons olhos temos,
desejamos, oh dor! não tê-los por momentos
para não vermos bem o mal que não queremos
Para todos nós, a vida é um espinho agudo;
temos a mesma sorte, o mesmo sofrimento,
tu porque nada vês, nós porque vemos tudo.
(11/12/1932 - O Lar Católico - MG)
Nenhum comentário:
Postar um comentário