sexta-feira, 15 de março de 2024

Reginaldo Teixeira Chalhoub, o cronista bonjesuense que superou Machado de Assis



Reginaldo Teixeira Chalhoub, um gênio das letras bonjesuenses



O carioca Machado de Assis, considerado o maior nome da literatura brasileira, publicou mais de 600 crônicas entre 1859 e 1900, o que resulta uma média de produção de cerca de um pouco mais de 14 crônicas por ano.

O bonjesuense Reginaldo Teixeira Chalhoub publica suas crônicas, mensalmente, nos dois jornais de Bom Jesus do Itabapoana: O Norte Fluminense e A Voz do Povo. Reginaldo produz para os jornais bonjesuenses 24 crônicas anuais, superando portanto Machado de Assis neste item. 

Reginaldo escreve crônicas de todas as matizes: humorísticas, sua especialidade, narrativas, descritivas e reflexivas.

Se, neste gênero textual, Machado de Assis considerava essencial ser autêntico, sem o cuidado necessário com o escrever bem, para Reginaldo Teixeira Chalhoub, a franqueza está sempre aliada à boa escrita. Neste quesito, Reginaldo supera também o Bruxo do Cosme Velho.

Reginaldo Teixeira Chalhoub nasceu no dia 09/04/1937, no sobrado onde morava sua mãe, a professora Amália Teixeira Chalhoub, esposa do libanês Elias Chalhoub, em Bom Jesus do Itabapoana.

Realizou seus primeiros estudos na recém-criada Escola Zélia Gisner, transferindo-se posteriormente para o Grupo Escolar Pereira Passos, que funcionava onde hoje é o Big Hotel. - Esse último educandário era dirigido pela Profa. Abgail Maia Costa, esposa do Coletor Federal, senhor Luciano Maia Costa. - Depois disso, estudou no Ginásio Rio Branco, dirigido, na época, pela Profa. Maria do Carmo Batista de Oliveira, a famosa Dona Carmita.

Em seguida, principiou o curso científico no Colégio de Muqui/ES, cujo diretor era o respeitado Dr Dirceu Cardoso. Esse curso foi concluído em Niterói, no Colégio Brasil, hoje extinto.

Sua mãe, a Profa. Amália, faleceu aos 33 anos de idade, no Hospital da Cruz Vermelha, no Rio de Janeiro, após delicada cirurgia decorrente de complicações do parto de sua irmã Aparecida. - Conta que, ao partir para o Rio de Janeiro, a fim de se tratar, Amália solicitou à sua cunhada Tepte, mãe do Dr. Michael Saad e do senhor João Salim, que cuidasse de seu neném, caso ela não voltasse. Assim foi e Tepte cuidou da Aparecida até os 8 anos.

Reginaldo confidenciou que, quando criança, gostava de frequentar o cinema São Geraldo e, posteriormente, o Cine Monte Líbano, que foi inaugurado com o filme "Carnaval no Fogo". Eu estava lá, disse. 

Napoleão Teixeira, seu tio, irmão de Amália, era médico e Coronel Médico do Exército. Foi Professor Catedrático de Medicina Legal, na Faculdade de Direito, e de Psiquiatria, na Faculdade de Medicina, todos por concurso na Universidade Federal do Paraná. Além de médico psiquiatra, foi cronista e escritor; falava e escrevia em 11 idiomas. 

Napoleão era casado com Hylda, filha do alemão Sigismundo Sigismundo, casado com dona Otilia Tardin Fassbender, todos antigos e conceituados moradores de Bom Jesus. - Reginaldo comentou que seu pai não admitia que seus filhos perdessem o contato com o único parente por parte de sua mãe Amália. Por isso, sempre o obrigava a escrever cartas "para o tio Napoleão". - Curioso é que, na época, bastava subscritar o envelope com o nome do Dr. Napoleão Teixeira, Curitiba, Paraná, e a correspondência chegava certinho no endereço do médico famoso e muito conhecido naquela cidade.

Napoleão dava muita atenção ao sobrinho Reginaldo, que ele queria fosse estudar no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Isso, porém, não aconteceu. De Curitiba chegavam sempre para o Reginaldo vitaminas, medicamentos fortificantes, revistas e diversas novidades, sempre acompanhados de uma carta cheia de recomendações e conselhos.

João Régis era filho único de Napoleão e Hylda. - Brilhante como o pai, foi advogado criminalista, professor universitário, por concurso, na Universidade Federal do Paraná, cronista e um excelente orador. De um talento invulgar, João Régis infelizmente é falecido.

Reginaldo cursou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e a Faculdade de Direito, ambas da Universidade Federal Fluminense. - Professor, exerceu o magistério por cerca de quinze anos em vários colégios da então Capital do Estado, Niterói. -Advogado e Procurador do Estado, foi Diretor de Administração do antigo Departamento de Estradas de Rodagem do ERJ e, posteriormente, Procurador-Coordenador da Procuradoria da Dívida Ativa do Estado, no Rio de Janeiro.

Quatro são as suas irmãs: Aparecida, Lúcia, Eliane e Marisa. - Aparecida foi vitimada pela Covid, falecendo em 2020. - Dois são seus filhos: Carlos Eduardo e Amália Regina. O primeiro, Carlos Eduardo, faleceu também em 2020. Amália Regina reside há vinte e quatro anos em Portugal. - Sua grande alegria são seus netos Luiz Fernando, Jamile, Ana Beatriz e Ana Cláudia.

Hoje, casado com a Profª. Vera Lucia Soldati Chalhoub, Reginaldo se diz realizado. "Estudei e trabalhei muito. Convivi com políticos e intelectuais. Convivi com gente do povo, que é mais importante. Minha melhor Faculdade foi meu saudoso pai, um sábio, de quem recebi os maiores e melhoras ensinamentos".

Para os jovens e para a nova geração, fica está simples mensagem: "Lembrem-se de Deus e orem; respeitem os mais velhos, lutem pela educação do povo e contra a pobreza, trabalhem diuturnamente, sem esperar nada dos outros, e calcem sempre as sandálias da humildade. Só assim, serão felizes!"

O jornal O Norte Fluminense parabeniza o Dr. Reginaldo Teixeira Chalhoub pela passagem de mais uma data natalícia! 










 


 

 


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