quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Carnaval de 1925 teve "Larga o Osso", "Filhos do Sol", "Flor da Noite" e "Crianças Loucas"


O jornal Nossa Terra, de 1925 (acervo do Espaço Cultural Luciano Bastos)


O Carnaval de 1925 foi matéria do jornal Nossa Terra, cujo proprietário era Antônio da Costa Freitas.

Em sua edição de fevereiro, assinala que "as casas comerciais talvez nunca venderam tanto lança perfumes, confetes, panos para fantasias,etc, podendo-se então prever serem extraordinários os festejos que se iniciam hoje".


A edição menciona "os arrojados 'Filhos do Sol', cujo tesoureiro era Leopoldo Mathias, que "fizeram a alegria de nossas ruas nas belas noites que precederam o Carnaval", assim como o bloco "Larga o Osso", que "sairá em carros especiais hoje e terça-feira, promovendo nestes mesmos dias, após a passeata, dois animados bailes, que certamente terão a presença de todas as famílias de nossa florescente localidade".



O jornal menciona, outrossim, "a nova sociedade 'Flor da Noite', em vistosas fantasias, com seus carros prontos para a grande passeata da terça-feira, limitando-se hoje a uma passeata a pé pelas nossas principais ruas, tão bem organizados e ensaiados, que ver-se-ão cercados dos aplausos e ovações de glória aos seus incansáveis organizadores". 




Prossegue o texto: "A música, que foi composta pelo esforçado maestro Leopoldo Muylaert, e os versos que são da lavra do sr. José Carlos Muylaert, alcançarão, por certo, para este grupo de foliões, a maior vitória deste ano. Eis os versos que serão cantados pelo simpático bloco 'Flor da Noite' ":  

Chegou Momo afinal
Com festas vem nos alegrar.
Vamos brincar? nisto não há mal
Ele nos chama sem cessar.

Vamos com graça mui gentil

Passeando sob a luz do luar.
Em nosso peito juvenil
Floresce um lema - é só gozar!

Nosso cordão não tem rival

Tão belo assim, não perderá
Será a Flor do Carnaval
A mais querida e vencerá!




De acordo, ainda com a publicação, o bloco das " 'Crianças Loucas' brilhou no dia 14 último com um encantador e animado baile à fantasia que durou até alta madrugada".


 A notícia menciona, ainda os "novos bailes" que "atingiram extraordinário sucesso, sendo ambos realizados em casa do deputado Francisco Pinto de Figueiredo, gentilmente cedida, sendo que o primeiro foi infantil organizada por um grupo de lindas meninas de nossa elite social".






O jornal publica, então, a relação dos foliões, com suas respectivas fantasias: 

"Olga Fragoso, futurista; Silvia Areas, proserpina; Wandinha Areas, espanhola; Custódia Carvalho, Luiz XV; Maria da Penha (Ninita), oriental; Carmem Menezes, apaquinete; Zilda Xavier, florista, Genyfieff Nascif, Pola Negri; Alba, pierrete; Zilah Paranhos, japonesa; Lia Xavier, holandesa; Euridice Silveira, Ninfa; Miquita Fragoso, excêntrica; Carmelita Silveira, anja; Sibelle Barroso, tarde; Maria Elisa Gomes, manhã, Zenilda Cardozo, pierrot, Branca Fragozo, fada; João Nacif, Edgard Alves, Assis Menezes e Waldemar Bemfica, a Rod La Roque; Aristides Vieira Filho, velho; Sebastião Vieira, cupido; José Megre, saca-rolha; Francisco Ferreira, cartolinha; Severino Gomes, São Guido, Luiz Miranda, anjinho, Michel, raspa-taxo, Carlos Netto, Zé Ignácio, Wanderley Rosa, osso; Fernandes de Almeida, voador; Donaldson Quintella, pombinho; Amador Pinheiro, cadáver; Amory Silveira, fogão econômico; Sideney Fassbender, pomada; Joaquim Dutra, Jahú; Odemar Nogueira, bem-te-vi, João de Azevedo, vestal; Otto Hirsch, ladrão; Dario Borges, repórter; José Tinoco, trouxa; Nelson Silveira, gato preto e Octacílio Baeta, gramofone."










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