Foto: Leonardo Ranquini
Nesta quarta-feira (12), a Matriz Nossa Senhora
da Piedade e a Capela Nossa Senhora do Bom Sucesso celebraram a Procissão do
Encontro, marcada pela união das imagens de Nossa Senhora das Dores e de Nosso
Senhor dos Passos, centenas de fiéis acompanharam a tradicional procissão, momento
em que é lembrado o encontro de Maria com Jesus durante o caminho do Calvário.
Após a procissão, ocorreu na Matriz, à liturgia do Ofício de Trevas.
OFÍCIO DE TREVAS
O
ofício de trevas (matutina tenebrarum) é o ofício das matinas e laudes dos três
últimos dias da semana santa (quarta, quinta e sexta-feira).
O
nome deriva-se de três situações de trevas:
1
– As trevas naturais de meia-noite ao anoitecer, ou seja, as horas destinadas à
recitação do ofício, lembrando as palavras de Cristo preso nas trevas da noite:
“Haec est hora vestra et potestas tenebrarum” (Esta é a vossa hora e do poder
das trevas.) (Lc 22, 53).
2
– As trevas litúrgicas, quando durante as cerimônias da paixão apagam-se todas
as luzes na igreja, exceto uma.
3
– As trevas simbólicas da paixão.
Quinze velas
Canta-se
este ofício ao cair da noite. Por este motivo o auxílio das luzes de velas
torna-se indispensável.
No
coro é colocado um candelabro de quinze velas. Uma delas é de cor branca e
todas as outras são feitas de cera amarela e comum, como sinal de luto e pesar.
No
final de cada um dos Salmos que vão sendo cantados, o cerimoniário apaga uma
das velas. Ao mesmo tempo, as luzes da igreja vão sendo apagadas também. As
velas vão sendo apagadas sucessivamente, até restar apenas uma, a branca. Esta
vela não será apagada. Continuará acesa e será levada para trás do altar.
Ao
término do ofício, o oficiante e os que o seguem, fecham o livro com estrépito.
Explicação
As velas que vão se apagando representam os
discípulos, que pouco a pouco abandonaram Nosso Senhor Jesus Cristo durante a
Paixão.
A vela branca escondida atrás do altar e, mais
tarde, outra vez visível, significa Nosso Senhor que, por breve tempo, se
retira do meio dos homens e baixa ao túmulo, para reaparecer, pouco depois,
fulgurante de luz e de glória.
No fim, apagam-se as luzes para simbolizar o
luto da Igreja e a escuridão que baixou sobre a terra quando Nosso Senhor
morreu.
O ruído no fim do ofício de trevas significa o
terremoto e a perturbação dos inimigos e recordam a desordem que sucedeu na
natureza, com a morte de Nosso Senhor.
A razão histórica do rito de apagar pouco a
pouco as velas do tenebrário provavelmente é uma lembrança. Semelhantemente se
apagava uma vela depois de cada salmo, para constar quantos foram recitados.
Este rito remonta, portanto, ao tempo em que ainda não havia ofícios
metodicamente organizados ou quando havia, conforme a estação do ano, mudança
no número de salmos.
Arauto do Evangelho - Por
Emílio Portugal Coutinho
(Informação do CCMB – Centro
Cultural Maria Beatriz)
TODA SOLENIDADE RELIGIOSA INDEPENDENTE DE CRENÇA TEM O SEU VALOR ESPIRITUAL. SAÚDE E PAZ.
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