Antonio Miguel: um dos grandes poetas nascidos em Bom Jesus do Itabapoana |
O festejado poeta Antonio Miguel nasceu em Bom Jesus do Itabapoana (RJ) em 11 de maio de 1918, descendente de ilustre família libanesa, onde viveu até 1937, e faleceu em 25 de janeiro de 2007. Residiu no Rio de 1937 a 1950, em Santa Maria de Campos de 1950 a 1965 e em Campos de 1965 até sua morte. Pertenceu a Academia Bonjesuense de Letras, na qual ocupou a cadeira de número 10, patronímica do saudoso poeta Antonio Silva. Pertenceu, ainda, à Academia Pedralva Letras e Artes, de Campos dos Goytacazes e à Academia Madalenense de Letras, além de outros centros literários. Fundou o ginásio de Santa Maria de Campos, onde lecionou Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira (OSPB), até 1975.
Obra:
Seis poetas da planície
Lúcia, um poema de amor (versos do passado) - 1976
Coleção de cartas de Badger Silveira/Antonio Miguel –1951
Sombras e reflexos (poesias) – 1977
Dez sonetos do livro Sombras e Reflexos
Walter Siqueira – O homem de letras, o poeta
Quinze sonetos da antologia dos poetas bom-jesuenses – 1978
Com informações da Antologia dos Poetas Bonjesuenses e da Revista Goitacá Letras e Informações nº 8 - 12/1983
ALGUMAS POESIAS
BOM JESUS
Dedicado a A R. Wanderley
Bom Jesus, cidade cantada pelos poetas,
Ninho de amor. Glória Fluminense!
Bom Jesus, doce como o mel de Himeto,
És tu, cidade-amor, cidade madrigais
Banhada pelas luzes divinais
Do luar sereno e majestoso...
Bom Jesus ao longe a despontar serena
Sob um céu de safiras e cristais
Bom Jesus, linda, deslumbrante,
Que encanta o coração do amante,
Fulge em teu seio o imortal canto da glória,
E o lirismo de um mundo em pleno império,
Mora em tua alma um célebre mistério
Que a conquista do sonho de Apolo
Baloiça o teu ubérrimo solo
A singeleza e a graça das donzelas
Que em "toilettes" tão belas
São os encantos das tardes outonais!
No teu enleio de princesa Fluminense
Há toda a formosura de Verona!
Oh! linda bom Jesus
Que me seduz
Que me seduz...
Não era assim a minha rua.
- Como tudo está mudado!...
Havia pelas calçadas,
ramalhetes de florinhas,
caídas dos "flamboyants"...
Se a chuva, ao se ir, deixava
de cantar, beijando as rosas,
que sorriam nos jardins...
A tarde de sol brincava,
nas silhuetas mimosas,
das gotinhas esquecidas
nos ramos dos "flamboyants"...
Voltei a ver minha rua.
- Que grande desilusão!...
Já não há pelas calçadas
tantas folhas coloridas:
nem tapetes de florinhas,
nem roseiras nos jardins...
E onde estarão teus olhos,
enternecidos de amor?...
- Hoje tudo está mudado!...
Será que andarão meus olhos,
adormecidos de dor?
Não era assim a minha rua.
- Como dói meu coração!...
Oscila a canção do luar...
Foi tarde de maio, bem bem, quanta luz!
Existe no ar...
Que importa a tristeza da luz do luar?
Foi tarde de maio, enfeitada de luz...
De nuvens vermelhas, de flores azuis,
de espumas, de mar.
Quisera tornar a saudade menor!
Pode te beijar nas florinhas azuis,
poder te abraçar...
Quisera levar-te nos braços da lua...
Da lua que sonha distante e flutua,
nas ondas do mar.
Foi tarde tristonha, dourada de amor!...
Quisera te dar, com a canção do luar,
meus versos de amor.
Que importa se a tarde é vermelha ou sem cor?
Que importa a tristeza da luz do luar?
Eu trago no peito tristeza maior!
REMEMORANDO
Não era assim a minha rua.
- Como tudo está mudado!...
Havia pelas calçadas,
ramalhetes de florinhas,
caídas dos "flamboyants"...
Se a chuva, ao se ir, deixava
de cantar, beijando as rosas,
que sorriam nos jardins...
A tarde de sol brincava,
nas silhuetas mimosas,
das gotinhas esquecidas
nos ramos dos "flamboyants"...
Voltei a ver minha rua.
- Que grande desilusão!...
Já não há pelas calçadas
tantas folhas coloridas:
nem tapetes de florinhas,
nem roseiras nos jardins...
E onde estarão teus olhos,
enternecidos de amor?...
- Hoje tudo está mudado!...
Será que andarão meus olhos,
adormecidos de dor?
Não era assim a minha rua.
- Como dói meu coração!...
NOTURNO
Oscila a canção do luar...
Foi tarde de maio, bem bem, quanta luz!
Existe no ar...
Que importa a tristeza da luz do luar?
Foi tarde de maio, enfeitada de luz...
De nuvens vermelhas, de flores azuis,
de espumas, de mar.
Quisera tornar a saudade menor!
Pode te beijar nas florinhas azuis,
poder te abraçar...
Quisera levar-te nos braços da lua...
Da lua que sonha distante e flutua,
nas ondas do mar.
Foi tarde tristonha, dourada de amor!...
Quisera te dar, com a canção do luar,
meus versos de amor.
Que importa se a tarde é vermelha ou sem cor?
Que importa a tristeza da luz do luar?
Eu trago no peito tristeza maior!
FASCINAÇÃO
Exerces sobre mim uma atração imensa!
E sinto que te adoro assim perdidamente...
És a fascinação que envolve a minha crença
Na trama de um amor febril, forte, eloquente...
Se longe estás, não sei viver: minh'alma sente
Uma tortura estranha, uma saudade intensa,
Que me maltrata, enerva e dolorosamente
Clama sempre por ti, requer tua presença.
Chega, querida, em mim encontrará um ser
Que na atração do teu olhar busca, inspirado,
O frenesi do amor na taça do prazer.
E delirando assim ante a ilusão sentida,
Iremos caminhando, unidos, lado a lado,
Glorificando o sonho, eternizando a vida!
E por demais relevante ver sempre acentuadas as qualidades dos ilustres conterrâneos.
ResponderExcluirTivessem mundo afora, os cidadãos e cidadãs, adultos e crianças.
Pincel e tinta pra pintar
Lápis para escrever
Um instrumento pra tocar
Microfone pra cantar
Amenizados estaríamos nos, seres humanos de muitas das nossas penúrias.
SAUDAÇÕES MUSICAIS. Ademir de Souza.
https://www.palcomp3.com/ademirfdesouza/minha-mae-o-canto-da-cambaxirra-isrc-br-d7d-13-00003/