A "aposentadoria forçada" de um fusca

Após 40 anos guiando seu inseparável fusquinha, Christovam Colombo Pires, conhecido como CCP, teve que resignar-se com o destino, uma vez que seu estimado carro "só anda, agora, empurrado", como informou ao O Norte Fluminense. 

É por esse motivo que CCP está sendo visto, na cidade, com outro veículo que passou a ser seu novo "objeto de estimação": uma bicicleta.

A paixão por seu antigo fusquinha fez com que CCP lançasse, há alguns anos, o livro intitulado "Se meu fusquinha falasse", inspirado em filme de sucesso mundial.

Em entrevista dada ao O Norte Fluminense, em fevereiro passado, Christovam contou a história do veículo: "comprei o carro de Antonio Azevedo da Silva. O fusquinha acabou se tornando uma espécie de membro de minha família".

CCP já registrava, na ocasião, contudo, que, após tanto tempo, ele estava se tornando um maestro: "um concerto em cada esquina!"

O aceno habitual de Christovam para pedir ajuda quando o fusquinha "morria"

Além disso, reclamava que teve de trocar a tampa do fusquinha: "ela ficou amassada de tanto ser empurrado".

Christovam se regozijava, contudo, de ter colocado ar condicionado no carro: "fiz quatro buracos na frente".

O gesto que Christovam fazia para pedir carona

De piada em piada, CCP fez questão de lembrar o tempo em que se alistou no Tiro de Guerra: "O sargento gritou para mim: - Christovam, levante-se! E eu respondi: - Mas já estou de pé, sargento! e acabei sendo dispensado do serviço militar".

CCP conta mais uma história envolvendo o seu famoso fusquinha, agora aposentado: "eu estava passando pelo hospital, e a esposa de um idoso pediu para eu levá-los até sua casa, uma vez que ele tinha recebido alta. Atendi prontamente. Ocorre que, quando cheguei próximo ao campo do Olympico, o carro 'morreu' e pedi ao casal para ajudar e dar um empurrãozinho... o fusquinha 'pegou', mas o idoso acabou passando mal e eu tive de levá-lo de volta ao hospital".

Christovam costumava fingir que estava andando com dificuldade, para pedir ajuda a alguém. Quando era atendido, acabava cumprimentando a pessoa e desejando-lhe "bom dia" ou "boa tarde"

Casado com Mariolanda Soares Pires, CCP conta que sua satisfação é viver brincando com as pessoas e contando piadas. " Cerca de 90% das pessoas das duas Bom Jesus me conhece e sempre me cumprimenta. Aproveito para dizer que sou muito grato ao saudoso José Antônio Saad, filho de Merhige Hanna Saad, que conseguiu um emprego para mim no antigo Banerj. Rezo por ele todo o dia. Graças a ele, tenho hoje uma vida tranquila e posso viver levando alegria a todos".

Podemos esperar, para breve, um novo livro de Christovam: "Se minha bicicleta falasse".

           CCP: "minha satisfação é levar alegria a todos"