Dentre as obras preciosas que Elcio Xavier doou à biblioteca do ECLB (Espaço Cultural Luciano Bastos), constam as "Obras Completas de Fernando Pessoa", publicadas pela Editorial Ática, de Lisboa, em 1944. Ele é considerado o mais universal poeta português.
Detalhe curioso é que o vate costumava utilizar heterônimos como Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares, isto é, nomes de escritores fictícios.
Em Bom Jesus do Itabapoana, Osório Carneiro, o célebre fundador do jornal A Voz do Povo, costumava usar também do artifício da heteronímia. Lírio do Campo, Salvador Santiago, Idalécio Marque e Professor Paulino Lorena eram alguns dos heterônimos utilizados por ele.
Foi Fernando Pessoa quem esclareceu a diferença entre o pseudônimo e o heterônimo:
"A obra pseudônima é do autor em sua pessoa, salvo no nome que assina; a heterônima é do autor fora da sua pessoa; é duma individualidade completa fabricada por ele, como seriam os dizeres de qualquer personagem de qualquer drama seu". (Fernando Pessoa, revista Presença, nº 17. Coimbra: Dez. 1928).
A poesia que se refere à máscara está inserta no livro “POESIAS”, que tem como autor Álvaro de Campos, um dos heterônimos utilizados por Pessoa.
Depus a máscara e vi-me ao espelho
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado quefoi
A criança.
Depus a máscara, e tornei-a a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.
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