quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Breve História da Cultura e Outros Apontamentos Históricos sobre Bom Jesus do Itabapoana



                       Por Gino Martins Borges Bastos

O 1º texto escrito em Bom Jesus do Itabapoana ocorreu em 1873


O esquecimento pode trazer um perigo. O perigo de desprezarmos a realidade de que o passado ecoa em nós e forja uma identidade cultural coletiva.

Alguns expoentes de nossa literatura já se referiam a bonjesuismo (cf. Antônio Dutra, Delton de Mattos) e bonjesuista, ou seja, aquele que não nascido em Bom Jesus vive como se assim fosse (cf. Octacilio de Aquino).

É necessário, portanto, resgatarmos essa consciência de nossa identidade cultural que recebemos de nossos antepassados, pois os ideais de antanho são os mesmos dos nossos.

Este trabalho de pesquisa almeja prestar uma colaboração para esse fim.

As manifestações culturais e momentos históricos

O primeiro escrito em solo bonjesuense data de 1873 (o texto final foi produzido em 1875 e publicado em 1884) e é de autoria do naturalista Manoel Basílio Furtado que, partindo da cidade mineira de Rio Novo, passou por nosso município realizando uma expedição de estudos.

Ele explicou o significado de "itabapoana": "Rio da Aldeia Redonda", por banhar a Aldeia da Muribeca, que tinha essa forma. I - rio, taba - aldeia, apoon, redonda". Manoel Basílio informa ainda que "A povoação do Sr Bom Jesus foi começada nos anos de 1847 a 1850 e deve sua fundação e os melhoramentos do que hoje goza à generosidade do Sr Alferes Francisco da Silva Pinto...". 

Lembro que, a partir de 18 de junho de 1899, quando Padre Mello, açoriano oriundo da ilha de São Miguel, chegou a Bom Jesus, ele entrevistou as pessoas mais antigas e idôneas, e registrou o que eles relataram a ele, ou seja, que foi Antônio José da Silva Neném, também mineiro de Rio Novo, quem primeiro tocou o solo bonjesuense, em 1842, aqui permanecendo até quase 1850.

Outra informação relevante de Manoel Basílio se refere ao número de "livres" e "escravos". Relata ele que o total de pessoas "livres" era de 2.376: "Homens...1.366, Mulheres...1.010". A respeito dos "Escravos", ele informa um total de 1.298: " Homens...819, Mulheres...479".

Em 1878, o Almanak Laemert assinalou que Bom Jesus do Itabapoana, que pertenceu a Campos dos Goytacazes até 24/11/1885, contava com 156 propriedades de café, 18 criadores de gado, 3 fazendeiros de açúcar, 64 casas, 6 sobrados e várias casas comerciais, exportando grande quantidade de produtos para o porto de Limeira.

O mesmo Almanak Laemert, de 1878, registrou a  referência à primeira escola pública para o sexo feminino dirigida pela professora Etelvina Hermínia Nunes Madruga. Em 1900, há registro do funcionamento do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Em 1º de maio de 1906, foi fundado o "Atheneu Sylvio Pellico", instituição de ensino de propriedade do jornalista campista Sylvio Pellico Fontoura, oferecendo internato e externato, com formação primária e secundária. A instituição teve dois anos de funcionamento, período em que o jornalista residiu em nossa cidade.

A  Festa do Divino Espírito Santo, trazida a Bom Jesus por açordescendentes, teve as bases lançadas entre 1860 e 1862, por Antônio Teixeira de Siqueira, fixado na Fazenda da Barra, na região rural de Barra do Pirapetinga, e Francisco José Borges, estabelecido na Fazenda do Leite. A família Teixeira Siqueira marcou o início da Festa em maio de 1863, com os Símbolos Sagrados - Coroa, Cetro e Bandeira - visitando as casas de fazenda em fazenda pelo novenário ao Divino Espírito Santo.

O 1º piano de Bom Jesus foi trazido pelo casal Feliciano de Sá Viana e Ambrosiana Justa de Sá Viana, na Fazenda da Prata, em Arrozal de Sant'Ana, por volta de 1864.

A 1ª. fotografia de Bom Jesus é de 1875, da Igreja de Santa Rita, localizada no antigo Alto de Santa Rita, região da atual praça Amaral Peixoto. A Igreja foi construída entre 1851 e 1853.

1ª foto de Bom Jesus do Itabapoana, em 1875   (Arquivo do Monsenhor Francisco Apoliano)


A 1ª banda de música de Bom Jesus foi organizada em 1880 pelo Maestro Feliz (Felix Joaquim de Souza Machado, com os seguintes componentes: Candoca (Carlos de Aquino Xavier Júnior), Quincas Bastos (Joaquim Sérgio Bastos), Nhonho Fragoso (José Cândido Fragoso), João Fragoso; João Reduzino, Eusébio Sales, entre outros nomes.

Banda do Maestro Feliz, a 1ª organizada em Bom Jesus, em 1880


O 1º. prefeito de Bom Jesus do Itabapoana, por ocasião de nossa 1ª. emancipação, foi Pedro Gonçalves da Silva Jr, nomeado pelo Governador Francisco Portela, que assinou o Decreto nº 150, de 24 de dezembro de 1890, instituindo o município de "Itabapoana ". Ele exerceu o mandato entre 25 de dezembro de 1890, data da instalação do município, a 1º. de dezembro de 1891, quando foi substituído pelo Cel. Luiz Vieira de Rezende. Ele foi designado Presidente do Conselho de Intendência, cargo que equivalia ao de prefeito. 


Pedro Gonçalves da Silva Júnior, o Coronel Pedroca, foi o 1º prefeito por ocasião de nossa 1ª emancipação 

No dia 20 de junho de 1892, bonjesuenses irresignados com a decisão do governador José Thomaz Porciúncula que extinguiu nossa autonomia e nos rebaixou a distrito de Itaperuna, se reuniram no prédio onde hoje está situado o Big Hotel e proclamaram por conta própria a nossa condição de município, novamente, nomeando o Conselho de Intendência e praticando atos administrativos próprios de um município. É conhecido como o Dia da Rebeldia.


Tela a óleo da artista plástica mineira de Rio Novo, Fânia Ramos, retrata o Dia da Rebeldia, ocorrido no dia 20 de junho de 1892

Em 1895, há registro de que Virgílio Basílio dos Santos e Leônidas de Abreu Lima possuíam um engenho de açúcar na Usina Santa Maria. 

Nos dias 13 e 14 de agosto de 1903, por ocasião da Festa do Divino Espírito Santo, ocorreram as Cavalhadas, representação da vitória das armas cristãs sobre as dos mouros. Há  registro das Cavalhadas em 1906.

No dia 1º de novembro de 1903, há o registro da primeira poesia escrita em Bom Jesus, de autoria de Padre Mello, e tem como titulo "A Fome de Cabo Verde".


1ª poesia escrita em Bom Jesus, "A Fome de Cabo Verde", tem Padre Mello como autor e é registrada em 1º de novembro de 1903


No dia 3 de maio de 1904, foi instalado o Centro Operário, dirigido por Pedro Gonçalves da Silva Junior, na rua Tte. José Teixeira, canto da rua 15 de Novembro, com uma biblioteca e com o fim de, entre outros objetivos, "construir um teatrinho para recitais particulares e espetáculos públicos". Ele funcionou até o ano de 1935, quando foi substituído pelo Centro Popular Pró-Melhoramentos.

O 1º jornal de Bom Jesus, "Itabapoana ", foi fundado na data de 1º de agosto de 1906,  por Sylvio Fontoura, tendo como secretário Pedro Gonçalves da Silva e, como gerente, Francisco Teixeira de Oliveira.


1º jornal de Bom Jesus do Itabapoana: "Itabapoana", lançado em 1º/08/1906

No dia 4 de agosto de 1906, ocorreu a primeira apresentação teatral de que se tem notícia, no Centro Operário. O grupo de teatro que se apresentou era conhecido como "O grupo artístico do ator Gomes". O espetáculo ocorreu em 4 partes. A primeira foi intitulada "Estreia de uma atriz", desempenhada por Gomes e Calbina Gomes. A segunda parte constou da poesia "Passagem do Humaitá", recitada por Gomes. A terceira parte constou de duas apresentações musicais: "O Bonequinho", por Calbina Gomes e "Mamãe não deixa", pela menina Maria José. Fechou o espetáculo a comédia "A Mulata", em um ato de Calbina Gomes.

No dia 15 de agosto de 1906, Bom Jesus foi nominada de "a sexta parte do mundo", por Targino Ribeiro, um dos maiores advogados brasileiros, oriundo do Rio de Janeiro, ao visitar nossa cidade.

A primeira notícia sobre uma entidade literária em Bom Jesus registra que, em 19 de agosto de 1906, ocorreu a primeira reunião da Sociedade Literária e Musical "União Itabapoanense". No dia 4 de dezembro de 1976, foi fundada  a Academia Bonjesuense de Letras, por Ayrthon Borges Seródio (presidente), Athos Fernandes (vice-presidente), Antônio Miguel (secretário ) e mais 37 membros. No dia 11 de agosto de 1995, foi fundado o Instituto de Letras "Dr José Ronaldo do Canto Cyrillo" (ILA), por Nísia Campos Teixeira Kneipp. No dia 09 de novembro de 1995, foi fundado o Instituto de Letras e Artes de Carabuçu (ILAC), por Rubens Soares. No dia 12 de abril de 2019, foi fundada a Academia de Letras e Artes do Centro Educacional Batista (ALACEB).

O 1º. cinema de Bom Jesus, intitulado "Cine Bom Jesus", foi instalado por Pedro Gonçalves da Silva Junior em 1906, na esquina entre a rua Te José Teixeira e Expedicionário Paulo Moreira. Ele era vinculado ao Centro Operário, e funcionou até o início da década de 1940.

Em 1914, foi inaugurada a ponte de madeira entre Bom Jesus do Itabapoana e Bom Jesus do Norte.

No dia 23 de março de 1914, foi fundado o Olympico FC, pelo General Fernando Lopes da Costa, Abílio Castro e WaIter Franklin.

Em 17 de dezembro de 1916, foi organizado o Tiro de Guerra, sob a denominação de "Tiro Brasileiro de Bom Jesus".

O 1º registro sobre aulas de piano em Bom Jesus é de 10 de junho de 1917, anúncio publicado na edição do jornal Correio Popular. A professora era Zilda Tavares, esposa do médico Jerônimo Tavares.



Aulas de piano noticiadas em 10 de junho de 1917


No dia 14 de julho de 1920, foi fundada a Lira 14 de Julho, de Rosal.

Em 1920, o caxambu, ou jongo, era praticado em Bom Jesus do Itabapoana, na Fazenda São Tomé, que foi propriedade de Boanerges Borges da Silveira pai dos governadores Roberto e Badger Silveira, em Calheiros. Era praticado também na cidade de Bom Jesus e nas Usinas Santa Isabel e Santa Maria.

O Hospital São Vicente de Paulo e a Capela de Nossa Senhora do Rosário foram fundados no dia 6 de janeiro de 1925, pela Associação São Vicente de Paulo, cujo presidente era o Dr. Diogo Cabral de Mello.

No dia 07 de julho de 1927, foi inaugurada a ponte de cimento - um dos símbolos de nosso patrimônio histórico - ligando Bom Jesus do Itabapoana (distrito de Itaperuna, Rio de Janeiro) a Bom Jesus do Norte (distrito de São José do Calçado, Espírito Santo). A inauguração contou com a presença dos presidentes (Governadores) Feliciano Sodré (RJ) e Florentino Avidos (ES), ambos com grande comitiva.

No dia 6 de setembro de 1930, foi fundado o jornal A Voz do Povo, por Osório Carneiro. 


A Capela de Nossa Senhora do Rosário e o Hospital São Vicente de Paulo foram fundados no dia 6/1/1925 (Jornal "Nossa Terra", editado por Antônio da Costa Freitas, 1925)

Em 1935, formou-se a 1ª pianista bonjesuense, no Instituto de Música do Rio de Janeiro: Yvette Soares Diniz.

No dia 14 de dezembro de 1938, o Interventor Federal, Ernâni do Amaral Peixoto, assinou o Decreto-lei no. 633, criando o município de Bom Jesus do Itabapoana, que foi instalado no dia 1º. de janeiro de 1939, no prédio onde hoje está situado o Big Hotel. José de Oliveira Borges tomou posse como prefeito.


José de Oliveira Borges, o Zezé Borges, foi o 1º prefeito após nossa 2ª emancipação 

No dia 09 de julho de 1939, foi fundada a Lira Operária Bonjesuense.

Na década de 1940, havia o Grupo do Mineiro-Pau, uma dança guerreira, em que participava dona Maurilia Borges, da Usina Santa Isabel, e a dança samba de roda nas Usinas Santa Isabel e Santa Maria.

No dia 1º de maio de 1942, foi fundado o Aero Clube, na rua Gonçalves da Silva.


Aero Clube foi fundado, em 1º de maio de 1942, na rua Gonçalves da Silva (foto: internet)

No dia 25 de dezembro de 1946, foi fundado o jornal "O Norte Fluminense", por Ésio Martins Bastos.

No dia 4 de outubro de 1947, ocorreu a instalação da Câmara Municipal, após nossa segunda emancipação, tendo sido eleito presidente Antônio Tinoco de Oliveira.


Antônio Tinoco de Oliveira foi o 1º presidente da Câmara de Vereadores, em 4 de outubro de 1947

No dia 11 de janeiro de 1948, foi fundada a CAVIL (Cooperativa Agropecuária Vale do Itabapoana Ltda), por Eurico Moreira de Faria, em 1948.

No dia 24 de setembro de 1949, nasceu Raul Travassos do Carmo, reconhecido, na Universidade de Brasília (UnB), como um dos cenógrafos mais importantes do país. Raul Travassos foi cenógrafo de 28 novelas da TV Globo e ocupa a cadeira nº 33 da Academia Bonjesuense de Letras, cujo patrono é seu avô, Raul Travassos da Rosa.


Raul Travassos, um dos cenógrafos mais importantes do país, ocupa a cadeira 33 da Academia Bonjesuense de Letras, cujo patrono é seu avô, Raul Travassos da Rosa


Em 14 de agosto de 1950, ocorre a fundação do Cine Teatro Monte Líbano, pelo libanês Merhige Hanna Saad, sendo exibido o filme "Carnaval no Fogo", com Grande Otelo e Oscarito, entre outros.

Na década de 1950, os jornais se referem a competições de xadrez, no Aero Clube. Na década de 1970, José Ronaldo Mascarenhas foi campeão olímpico estadual, elevando o nome de nosso municipio e desenvolvendo o jogo-arte-ciência em Bom Jesus.

Em 1951, é lançada a obra-prima "O Véu da Manhã", de Elcio Xavier, o Príncipe dos Poetas, pela editora Pongetti. O poeta bonjesuense foi aclamado na Academia Brasileira de Letras, sendo inserido, pela crítica literária nacional, como integrante da "Geração de 45" dos poetas neossimbolistas, ao lado de grandes vates brasileiros, como Tiago de Melo e Ferreira Gular, entre outros.


Elcio Xavier e o lançamento da 2ª edição da obra-prima "O Véu da Manhã", pela Editora O Norte Fluminense, no Espaço Cultural Luciano Bastos, em 2013

No dia 15 de outubro de 1953, foi fundada a ACE (Associação Comercial e Empresarial).

No dia 7 de julho de 1956, foi inaugurada a Rádio Cultura de Bom Jesus, ZY-P31, tendo como Diretor-Presidente, o Capitão Manoel Rodrigues da Silva, e como Diretor Comercial e Técnico, Carlos Rodrigues da Silva. Roberto Silveira, então vice-governador, fez uma chamada do transmissor.

Em 1958, Roberto Silveira foi eleito governador do Estado do Rio de Janeiro, tendo exercido o cargo ente 31 de janeiro de 1959 e 28 de fevereiro de 1961, quando morreu em um acidente de helicóptero.


Roberto Silveira foi governador do Estado do Rio de Janeiro entre 31 de janeiro de 1959 e 28 de fevereiro de 1961, quando morreu em um acidente de helicóptero 

Em 1962, o consagrado artista plástico Delio Porto, patrono da cadeira nº 14, da Academia Bonjesuense de Letras, realizou pinturas nas paredes da sede do Santa Isabel FC, na Usina Santa Isabel, que estão parcialmente preservadas até hoje.

No dia 3 de abril de 1962, é instalado em Bom Jesus um Departamento do Conservatório Brasileiro de Música, por Amado Pereira Cerqueira. Em abril de 1972, assume a direção do Departamento, Georgina Mello Teixeira, a dona Nina, que, quatro meses depois, passa a denominar o órgão como Escola de Música Levy de Aquino Xavier.

Em 1962, Badger da Silveira, irmão de Roberto Silveira, foi eleito governador do Estado do Rio de Janeiro, tendo exercido o cargo entre 1963 a 1964, quando foi cassado após o golpe militar de 31 de março.


Badger Silveira foi governador do Estado do Rio de Janeiro, entre 1963 e 1964, quando foi cassado após o golpe de 31 de março 

No dia 30 de outubro de 1964, a música "Marcha a Bom Jesus", composta por Salim Darwich Tannus, passou a ser oficialmente o Hino de Bom Jesus do Itabapoana.

No dia 22 de agosto de 1970, foi fundado o Abrigo dos Idosos "José Lima", pelo Padre Francisco Apoliano.

No final da década de 1970, a Capoeira passou a ter evidência em Bom Jesus, através do Mestre Bom Jesus (Jair), que foi professor do Mestre Carioca (Carlos Borges), Mestre Matamba e Mestre Macaco, entre outros. A Capoeira passou a ter visibilidade nos anos 1980. O Mestre Capoeira se mudou para Nova Iorque (EUA), e, depois, levou o Mestre Carioca, depois  de se fixarem por um período em Vitória (ES). Ambos expandiram o nome de Bom Jesus e da cultura brasileira. A Capoeira foi evoluindo e, atualmente, Bom Jesus conta com 3 agremiações: Grupo ALAC (Apoio e Liberdade da Arte Capoeira), dirigido pelo Mestre Matamba, o Grupo Carioca Capoeira, do Professor Markim, sobrinho do Mestre Carioca, e o Grupo EDC (Escola de Capoeiragem), do Professor Marreta.

Em 06 de janeiro de 1977, estavam em atividades, em Bom Jesus, as seguintes Folias de Reis: Folia de Reis Nossa Senhora Aparecida, da Rua dos Mineiros, dirigida pelo Mestre-Folião Sr. Agenor Francisco Dias; Folia de Reis Estrela do Oriente, da Rua Aristides Figueiredo, presidida pelo Sr. Norival Rita da Silva e dirigida pelo Mestre-Folião Sr. Dermindo Gomes da Silva; Folia de Reis São Sebastião, da Rua Gonçalves da Silva, presidida pelo Sr. Anizio Rosa e dirigida pelo Mestre-Folião Sr. Antonio Florencio da Rosa; Folia de Reis do Monte Calvário, dirigida pelo Mestre-Folião Sr. João Gomes da Silva.

O 1º. filme de longa metragem de Bom Jesus foi produzido em 22 de maio de 1977, intitulado "Carabineiros do Vale", estrelado, entre outros, por Noé Vargas.

Em 1977, o poeta popular Elício de Freitas publicou, em versos, "A História do Rola-Pau contada por Mãe Dolores", pela Divisão de Folclore do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro Nos versos, aparecem nomes de figuras da sociedade bonjesuense dos quais o autor se valeu como 'testemunhas' do ocorrido. Nomes conhecidos como Salim, Noé Vargas, Bendia, Athos Fernandes, Ediniz da O.P.P.C, Pedro Dutra, João Garrincha e Aurinho fazem parte dessa história. O rio Itabapoana serve como meio de transporte para que se possa chegar à casa de Mãe Dolores, na Fazenda da Limeira, Serra do Garrafão. Outros lugares como Rosal, Santo Eduardo, Santa Maria e Usina Santa Isabel aparecem nos versos, e em Bom Jesus, a Praça Governador Portela e a Rua dos Mineiros fazem parte do cenário da trama. 


"A História do Rola-Pau contada por Mãe Dolores" do poeta popular Elício Freitas, foi publicada, em 1977, pela Divisão de Folclore do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro 

A partir de 1980, Delton de Mattos, ex-professor da Universidade Heildelberg, Alemanha, ex-professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Brasília (UnB), ex-Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, ex-delegado do Brasil na OEA, atuou, na Universidade de Brasília, como pioneiro na formação do Curso de Letras - Tradução, sendo inovador na área das Letras e para os estudos da Tradução, promovendo um Curso para referida área. Publicou três livros sobre "Tradutologia": "A formação do tradutor em nível universitário", Horizonte, 1980, "Estudos de Tradutologia", Kontakt, 1981, e Cultura e Tradutologia ", 1983.


Delton de Mattos, um dos pioneiros da Tradutologia 

Em 1985, Servio Túlio Seródio Abelha, pioneiro no Brasil do pop eletrônico experimental, fundou, com o tecladista Raul Rachid, amigo de infância, o duo Saara Saara.


Servio Túlio, um dos pioneiros do pop eletrônico experimental (internet, postada por Tommy Beresford)

O 1º. Festival de Música de Bom Jesus ocorreu no Cine Monte Líbano, no ano de 1985.

No dia 12 de setembro de 1985, foi fundada a Escola de Música Cristo Rei, por Marise Xavier.

No dia 16 de junho de 1990, foi fundado o Grupo Musical Amantes da Arte, pela musicista Ana Maria Baptista Teixeira.

O 1º Festival de Teatro ocorreu no Cine Monte Líbano, em 1991.

Em 2 de dezembro de 1993, foi fundado o 1º museu de Bom Jesus: "Museu da Imagem", em Pirapetinga de Bom Jesus, por Norberto Seródio Boechat.


O 1º Museu de Bom Jesus, "Museu da Imagem", em Pirapetinga de Bom Jesus, foi fundado por Norberto Seródio Boechat no dia 2 de dezembro de 1993

No dia 17 de fevereiro de 1997,  foi fundada a Escola de Música JEMAJ, por Anízia Maria Pimentel Gomes.

Em fevereiro de 1997, Maria Silvia Bastos Marques foi incluída em lista da Revista Time como única mulher entre os doze executivos mais poderosos do mundo.


Maria Silvia Bastos Marques foi considerada um dos 12 executivos mais poderosos do mundo, em 1997 (foto: Francisco Mussnich, sextante.com.br)

No dia 22 de setembro de 1999, ocorreu a fundação da Companhia Musical Corre Coxia, pelos irmãos Martha Salim e Pedro Salim.

No dia 2 de fevereiro de 2000, o Tenente-Brigadeiro do Ar, Sérgio Ferolla Xavier, foi eleito para ocupar o cargo de Presidente do Superior Tribunal Militar, em Brasília, tomando posse no dia 9 de fevereiro.


Sérgio Xavier Ferolla, Tenente-Brigadeiro do Ar, foi presidente do Superior Tribunal Militar, de 9 de fevereiro de 2001 a 23 de maio de 2002

No dia 23 de maio de 2002, foi criado o Parque Natural Municipal Sabiá Laranjeira de Rosal.

No dia 12 de agosto de 2011, foi fundado o Espaço Cultural Luciano Bastos, situado no prédio do antigo Colégio Rio Branco, na praça Amaral Peixoto, 13.

O Espaço Cultural Luciano Bastos foi fundado no dia 12 de agosto de 2011


Em 2011, foi realizado o 1º Festival de Chorinho e Sanfona, em Rosal, idealizado por Geraldo Roseira Soares, o Mulinha, e Marcos Eugênio, conhecido como Funil.

No dia 6 de fevereiro de 2017, foi fundada a Escola de Música MusicArt, por Thadeu Almeida e Juliana Pimentel.

No dia 7 de agosto de 2017, foi fundado o Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira, no Sítio Rio Preto, distrito de Calheiros.


O Memorial Governadores Roberto e Badger Silveira foi inaugurado no dia 7 de agosto de 2017, no Sítio Rio Preto, em Calheiros

A 1ª Feira Literária de Pirapetinga (FLIPir) ocorreu nos dias 28 e 29 de abril de 2018.

No dia 22/05/2018, é fundada a empresa JoCa Aventuras, sediada no distrito de Calheiros.

Em 2019, é fundada a empresa produtora de projetos culturais e turísticos "Usina de Cultura", por Bob Flávio.

No dia 14 de agosto de 2021, foi inaugurada a Academia de Xadrez Mentes Brilhantes, por Jones Urubatan Frias Rabello

No dia 16 de setembro de 2021, foi inaugurado o Espaço Cultural Cafézin, juntamente  com o Ateliê Escola de Arte,  de Adilson Figueiredo, localizado na Av. José de Oliveira Borges, nº. 616.


O Espaço Cultural Cafézin foi fundado em 16 de setembro de 2021

Em 2021, o pianista Luis Otavio Barreto idealiza o projeto "Bom Jesus, a Capital do Piano".

A 1ª Feira Literária de Bom Jesus (FLICBonjê) ocorreu entre 11 e 15 de agosto de 2022.

A 1ª edição de "Um Mergulho na Rota da Escrita" ocorreu entre os dias 12 e 14 de novembro de 2022, no Instituto Rio Life, Calheiros.

No dia 4 de fevereiro de 2023, ocorreu a 1ª apresentação da Orquestra Sinfônica do Vale do Itabapoana (OSVI), de Bom Jesus, na Praça Governador Portela.


Resumo da história da Academia Bonjesuense de Letras

A Academia Bonjesuense de Letras (ABDL) foi fundada no dia 4 de dezembro de 1976, por Ayrthon Borges Seródio (presidente), Athos Fernandes (vice-presidente), Antônio Miguel (secretário) e mais 37 membros. Vera Maria Viana Borges é autora do seu logotipo e de seu hino. Durante quase duas décadas, a ABDL foi dirigida por Ayrthon Borges Seródio, médico e poeta, que emprestou toda a sua cultura e dinamismo em prol da entidade. Por solicitação sua, para gozar de merecido descanso, fez-se a renovação em 1994, tendo o mesmo participado na escolha dos novos dirigentes. Em 1995, assumiu a presidência  Luciano Augusto Bastos. Antônio Bendia, por sua vez, assumiu a direção para o biênio 1996/1997, sendo sido sucedido pelo vice-presidente Ziraldo Tatagiba. A Academia ficou, posteriormente, inativa, sendo reativada no dia 15 de agosto de 2019, graças à liderança de Beto Travassos, escritor, poeta, músico, compositor, arranjador, instrumentista, editor e presidente da Academia Bonjesuense de Letras.

Avivar a memória dos fatos e homenagear seus protagonistas tem por fim estimular as gerações presentes à conquista das glórias futuras. É o que consta em notável texto do jornal "Itabapoana" de 15 de agosto de 1906: "As mesmas comemorações cívicas, avivando a memória dos fatos que abrilhantam as páginas da história de um povo e prestando homenagem aos protagonistas, tem por fim estimular as presentes à conquista das glórias futuras" (Padre Mello).


Beto Travassos, escritor, poeta, músico, compositor, arranjador, instrumentista, editor e presidente da Academia Bonjesuense de Letras


Fontes:

1. "Itinerário da Freguezia do Senhor Bom Jesus do Itabapoana à Fruta das Minas do Castelo" (Manoel Basílio Furtado) escrito em 1875 e publicado em 1884. Essentia Editora. Memórias Fluminenses, vol. 2. 2014;

2. "ALMANAK Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e Província do Rio de Janeiro", 1878;

3. Jornal "Nossa Terra", editado por Antônio da Costa Freitas, 1925;

4. "Libertas", de Porphirio Henriques Filho, em março de 1939;

5. "Só uma penca de bananas", Delton de Mattos, Thesaurus, 1993;

6. "De Município a Distrito, Primeira Emancipação de Bom Jesus do Itabapoana, de 1890 a 1892", Coleção Histórias de Bom Jesus, vol. I, Luciano Bastos, Editora O Norte Fluminense, 2008;

7. "Bom Jesus nas folhas do Itabapoana, em 1906" Coleção Histórias de Bom Jesus, vol. 2, Luciano Augusto Bastos, Editora O Norte Fluminense, 2009;

8. "Páginas memoráveis da História de Bom Jesus do Itabapoana", Antônio Dutra, editado por Delton de Mattos, Ed. Textus, 2003;

9. "Padre Mello, Um gênio da Civilização e da Cultura, Prosa e Versos", editado por Delton de Mattos, 2003;

10. "BOM JESUS DO ITABAPOANA", Francisco Camargo Teixeira, 3a. edição ampliada, editado por Georgina Mello Teixeira (Dona Nina), 2005;

11. "O 1º Piano do Vale do Itabapoana", de Vera Maria Viana Borges, 2016 ("in"  jornal "O Norte Fluminense");

12. "Liras Bonjesuenses", de Elcio Xavier, 2019 ("in" jornal "O Norte Fluminense");

13. "Uma breve história sobre o cinema em Bom Jesus do Itabapoana",  Maria Apparecida Dutra, 2017, "in" jornal "O Norte Fluminense";

14. Maria Bernadete Teixeira da Silva, 2023;

15. Luis Otavio Barreto, 2023;

16. Professor Markim, de Capoeira, 2023;

17. Blog do Espaço Cultural Luciano Bastos (espacoculturallucianobastos.blogspot.com);

18. Blog do jornal O Norte Fluminense (onortefluminense.blogspot.com);

19. A Voz do Povo, edição de julho de 1956;

20. "Servio Tulio (1964-2023)", por Tommy Beresford;

21. Arquivo do Monsenhor Francisco Apoliano;

22. Monitor Campista, 28 de agosto de 1900;

23. Livro de atas do Aero Clube e Ercília Borges do Carmo, 2021;

24. "A História do Rola-Pau contada por Mãe Dolores", de Elício Freitas, Divisão do Folclore, Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, Secretaria do Estado de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, outubro de 1977, cf. Paula Borges Bastos "in" http://espacoculturallucianobastos.blogspot.com/2014/09/a-historia-do-rola-pau-contada-por-mae.html?m=1  

25. "Maria Silvia Bastos Marques", Francisco Mussnich, sextante.com.br, 2020;

26. Dennys Silva-Reis, Doutor em Literatura (POSLIT/UnB) e Mestre em Estudos de Tradução (POSTRAD/UnB) pela Universidade de Brasília (UnB) (http://historiografiadatraducaobr.blogspot.com.br/2015/01/delton-de-mattos-um-pioneiro-dos.html);

27. "Poetas Neossimbolistas Brasileiros: Milton Lima Sousa e Elcio Xavier", por Edgard Pereira, 2021.








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2 comentários:

  1. Parabéns pelo artigo, trouxe os protagonistas responsáveis pela formação e desenvolvimento cultural da região. Rememorar a história é dar as presentes gerações, inspiração para continuar avançando rumo à uma sociedade culta.

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  2. Sensacional!! Matéria riquíssima!! 👏👏👏
    "Um povo sem memória é um povo sem História!!"

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