segunda-feira, 11 de junho de 2018

CANÇÃO HOMENAGEIA O PAI DE ROBERTO SILVEIRA


Boanerges Borges da Silveira, pai dos ex-governadores Roberto e Badger Silveria, e do deputado federal pelo Paraná, Zequinha Silveira, foi personagem decisivo na formação política dos filhos.

O Norte Fluminense reproduz, a seguir, matéria sobre este grande nome da política bonjesuense.

Boanerges Borges da Silveira, a esposa Maria do Carmo Silveira, Biluca), e os filhos Badger, Dinah, José e Roberto. Foto de 1925
Foto: livro ROBERTO SILVEIRA: A PEDRA E O FOGO, de José Sérgio Rocha


A INTRODUÇÃO DE BOANERGES BORGES DA SILVEIRA NAS MANHAS E ARTES DA POLÍTICA INTERIORANA



"Sob a influência do farmacêutico Pedro Gonçalves da Silva, seu Pedroca, e de João Catarina Júnior, fazendeiro e vereador em Itaperuna, Boanerges tornou-se entusiasmado cabo eleitoral de Nilo Peçanha e foi introduzido nas manhas e artes da política interiorana.

Antes mesmo de se candidatar a cargo político, certa vez, os caciques locais o enviaram a Itaperuna para receber o senador da paz e de armas, então candidato ao governo do Estado...   pela primeira vez pediu a palavra ao povo de Bom Jesus" (pág. 72, "ROBERTO SILVEIRA, A PEDRA E O FOGO", de José Sérgio Rocha).

PEDRO GONÇALVES DA SILVA, O CEL. PEDROCA





Pedro Gonçalves da Silva Jr. nasceu em Campos dos Goytacazes no dia 27/03/1860 e faleceu em Bom Jesus do Itabapoana no dia 08/09/1932.

Conhecido como Coronel Pedroca, foi o primeiro prefeito de nosso município por ocasião de nossa primeira emancipação, ocorrida no dia 25/12/1890.

Boanerges Silveira, pai dos governadores Roberto e Badger, aprendeu as manhas da política interiorana com Pedro Gonçalves da Silva Jr. e João Catarina



Segundo o livro "ROBERTO SILVEIRA, A PEDRA E O FOGO", Boanerges, quando vivia em Calheiros, possuía uma casa a dois passos da Farmácia Normal, de propriedade do Coronel Pedroca, com quem sempre mantinha contato.


Boanerges Borges da Silveira tinha residência em Bom Jesus, "a dois passos" da Farmácia Normal, de propriedade de Pedro Gonçalves da Silva Jr., o Cel. Pedroca


De acordo com Maria Apparecida Viestel, neta de Pedro Gonçalves da Silva Jr., "foi o médico Leônidas Peixoto de Abreu Lima, que morava em Bom Jesus, quem convidou meu avô, que residia em Campos dos Goytacazes (RJ), para fixar-se em nosso município, uma vez que havia amizade entre ambas as famílias. Meu avô era muito jovem, na época, contando com apenas 20 anos de idade, mas se formara na Faculdade de Farmácia em Campos. Por aqui, Manoel Camargo possuía uma farmácia chamada Normal, que desejava vender. Meu bisavô, Pedro Gonçalves da Silva, que era vereador naquela cidade fluminense, emprestou dinheiro para que seu filho adquirisse o empreendimento. Pouco depois, ocorreu seu falecimento. Dessa forma, meu avô mudou-se para  Bom Jesus, em 1880, juntamente com a mãe, Maria da Costa e Silva e a irmã, viúva, Maria Cecília Lopes da Costa, que foi genitora do General Fernando Lopes da Costa, que dá nome ao Estádio do Olympico FC".



Maria Apparecida Dutra Viestel: ícone da história de Bom Jesus

Prossegue Maria Apparecida: "Na mudança, meu avô trouxe muitos livros para nosso município.
Ocorre que, posteriormente, o dr. Abreu Lima se elegeu deputado estadual e teve de mudar-se de Bom Jesus. Graças à amizade do dr. Abreu Lima com Francisco Portela, que tornou-se governador do estado do Rio de Janeiro após a implantação da República, Bom Jesus emancipou-se em 25/12/1890, sendo meu avô nomeado prefeito (presidente da Intendência) também por influência do dr. Abreu Lima.

Após o fim de nossa emancipação, em 08/05/1892, Cel. Pedroca, que não tinha contato com o novo governador, Tomás Porciúncula, preferiu limitar-se a manter sua liderança local. Trouxe para Bom Jesus, em 1906, Sylvio Fontoura, de Campos, para fundar o 1º jornal de nosso município intitulado ITABAPOANA, que era o nome de nossa circunscrição na época da 1ª autonomia.  O nome do jornal apontava também para a luta de meu avô pela nova emancipação, que não pôde assistir, uma vez que faleceu cerca de seis anos antes. 

Cel. Pedroca apoiou ainda a instalação do Centro Operário, dirigido por Sylvio Fontoura, onde foram estabelecidos uma biblioteca e um grupo de teatro. Ele sempre pensava em suprir a necessidade da população em ter cultura e divertimento. 


Recordo-me, aliás, de Sylvio Fontoura em uma palestra memorável no Colégio Rio Branco, por ocasião de uma reunião do Grêmio Literário, a convite de Dona Carmita, a famosa diretora do estabelecimento. As reuniões promovidas pelo Grêmio costumavam ser bastante culturais, incluindo declamação de poesias. Lembro-me que Sylvio Fontoura elogiou os alunos pela apresentação.

Meu avô trouxe para nosso município, também, o primeiro cinema de Bom Jesus, o CINE BOM JESUS, localizado, na época, entre as ruas 15 de Novembro de Expedicionário Paulo Moreira. Juntamente com o cinema, trouxe uma pianola, que tocava músicas automaticamente quando se passavam os filmes mudos. Meu avô trouxe, ainda, uma professora de piano, que deu lições para suas filhas e para outras pessoas interessadas.

Foi graças à atuação de meu avô que o Grupo Escolar Pereira Passos se instalou onde atualmente está localizado o Big Hotel. Por outro lado, sua filha, Maria Gonçalves da Silva, estabeleceu uma escola localizada na atual rua Gonçalves da Silva.

Meu avô atuava, também, como um médico, na ausência de um. Por este motivo, fez muitas amizades e havia a gratidão por muitas famílias. Ele assinava revistas de medicina e estava sempre atualizado nos assuntos da área.

A Farmácia Normal era um local de encontro de intelectuais, frequentado por, entre outros, Padre Mello e Octacílio de Aquino. Ele era amigo de Padre Mello, embora divergissem sobre alguns temas.

A residência de meu avô foi estabelecida no local onde tinha sido edificada uma das três primeiras residências de Bom Jesus, nos idos da década de 1840, e que fora construída pelo alferes Silva Pinto. Na década de 1920, meu avô reformou-a, transformando-a em um sobrado onde consta o ano de sua conclusão: 1921
".


JOÃO CATARINA




João Catarina Júnior
 A Fazenda do Bonito, localizada no distrito de Pirapetinga de Bom Jesus, edificada na década de 1870, teve como um de seus primeiros proprietários João Catarina Júnior, que exerceu a presidência da Câmara Municipal de Itaperuna (RJ), no período de 1920/1923, e foi um dos que se dedicaram à luta pela segunda emancipação de Bom Jesus do Itabapoana, que ocorreu no dia 1º de janeiro de 1939.


Fazenda do Bonito


Posteriormente, a propriedade foi transferida para Aulo Machado. Com o falecimento deste, a viúva Nadir Costa casou-se com Fernando Costa, que implementou grande desenvolvimento à fazenda.

Jacinto Seródio e o interior do casarão

Conta o atual proprietário, Jacinto Seródio, que "a fazenda era café puro e ia até o distrito da Barra do Pirapetinga, chegando a ter 250 casas de colonos. Na fazenda  havia serraria, máquina de secar café, máquina de arroz e de luz, tudo tocado a água. Recordo-me, quando criança, de ter visto cerca de 300 a 400 burros carregando café pela fazenda. Entre 200 e 250 pessoas trabalhavam em volta do terreiro. A Fazenda do Bonito disputava, na época, com a Fazenda das Areias, de Chichico das Areias".


professormarcostorres.blogspot.com.br
              Do veneno de jararaca se produz remédio para combater a pressão alta

 
Fernando Costa implantou uma farmácia na fazenda e mandava os empregados capturarem cobras jararacas, para que pudesse fazer remédios a partir do veneno das mesmas. Devido a este fato, ele passou a criar jararacas em caixas, sendo que o veneno era mandado para o Rio de Janeiro. Quando Fernando Costa resolveu vender a fazenda, preferiu soltar todas as jararacas. Por este motivo, a região está cheia destas cobras.

                                                    

                   Quadro da Fazenda do Bonito, de Renan Dias dos Santos

                      (Acervo do Museu da Imagem de Pirapetinga de Bom Jesus)


BOANERGES BORGES DA SILVEIRA VIVE!

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