segunda-feira, 13 de maio de 2024

Banco Itaú e o escândalo do show da Madonna



No dia 26 de junho de 1997, o banco Itaú abocanhou em leilão, sem qualquer adversário, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, cerca de 190 agências com 1,7 milhão de clientes do BANERJ (Banco do estado do Rio de Janeiro). Tratou-se de um caso dentro de um processo de privatização engendrado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Com o fim da natureza de banco público, deixou de haver, desde então, obrigação social por parte da instituição bancária.

Neste ano de 2024, o Itaú informou o fechamento de 127 agências.

Ao mesmo tempo que o Itaú brada o poder lhe conferido pelo altar do lassez-faire, não titubeou, contudo, em desperdiçar cerca de R$ 60 milhões de reais para patrocinar um show de Madonna no Rio de Janeiro, enquanto cadáveres eram tragados no Rio Grande do Sul pela tragédia das águas, totalizando até agora cerca de 145 mortos e um milhão de pessoas atingidas. Tudo com direito à transmissão da famigerada TV Globo.

Para completar o manto diáfano da fantasia, no dizer de Eça de Queiroz, foi veiculada informação de que o Itaú teria doado 10 milhões para as vítimas gaúchas, como a tentar demonstrar às massas que se trata de uma instituição bancária nutrida pela "preocupação social". Registre-se que, anteriormente, fora "plantada" a notícia de que Madonna, que recebeu 17 milhões de cachê, é quem teria realizado tal doação, ou seja, mais da metade do valor recebido.

Paralelo a isso, os governos municipal e estadual se apressaram a divulgar que os cofres públicos arrecadaram quantias superiores aos valores investidos nesse show de horrores no país chamado Brasil. 

O Itaú aproveitou o momento de enchente em Bom Jesus, para anunciar a suspensão provisória de suas atividades, para, logo em seguida, anunciar a suspensão definitiva de suas atividades. 

Se, na fábula de Hans Christian Andersen, o rei estava nu, hoje, os malfeitores também estão.






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