O PADRE MELLO MORREU MAS SUA LEMBRANÇA VIVE CONOSCO NA SAUDADE QUE DEIXOU, por Octacilio de Aquino
(Transcrito do “O NORTE FLUMINENSE” de 14 de agosto de 1947)
"Bom Jesus, na expressão de todas as suas camadas sociais, assistiu, compungida, nas primeiras horas da tarde do dia 13 do mês em curso, a agonia dos últimos instantes, desse vulto gigantesco que durante quase meio século, encheu das filigranas de ouro de sua inteligência fulgurante, a nossa literatura; desse titan, em cujo espírito arraigara-se com tanta gala os sublimes ensinamentos de Jesus, repartindo com seus amados paroquianos, as graças, que pela sua bondade, pelas suas suprernas virtudes, alcançava dos céus.
A própria Natureza, antevendo o fim breve de quem como o Padre Mello fora em todo o decurso de sua vida, devotado à causa do bem, a própria Natureza, despiu a roupagem de luz com que o sol a vestira e deixou que, com lágrimas da chuva fria e triste, tivesse curso o seu pranto de água.
E veio o desenlace! E enquanto a alma boníssima daquele ancião ascendia às regiões célicas, a nossa gente ali estava para dar ao seu extremado pároco o seu último adeus.
Mas o Padre Mello não morreu! Se a sua matéria voltou ao pó de que foi feita, o seu espírito alando aos céus, demandou o seu verdadeiro lugar, por isso que, se da terra desapareceu um homem, surgiu no céu mais um santo: Santo Antônio Mello de Bom Jesus!"
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