Canção do exílio, composto por Gonçalves Dias, em Coimbra, Portugal, no ano de 1843, é o seu poema mais famoso. nasceu em 10 de agosto de 1823, em Caxias, no Maranhão. Era filho de um português branco e de uma brasileira descendente de índios e negros. Esse autor pertenceu à primeira geração romântica. Escrito em redondilha maior (verso que tem sete sílabas poéticas, também chamado de heptassílabo), apresenta cunho nacionalista. O eu lírico, cheio de saudade de sua terra, exalta os elementos naturais do Brasil, de forma a mostrar sua superioridade em relação a outras nações.
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Coimbra — Julho 1843.
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Gonçalves Dias |
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