Vitorino Nemésio |
Hà 40 anos, falecia o poeta, cronista, ficcionista, ensaísta, biógrafo e historiador português Vitório Nemésio. Ele nasceu no dia 19 de dezembro de 1901, na Praia da Vitória, Ilha da Terceira, Arquipélago dos Açores (Portugal), e morreu em Lisboa, no dia 20 de fevereiro de 1978. Frequentou a Universidade de Coimbra e foi Professor da Faculdade de Letras em Lisboa. Ensinou no Brasil, França, Bélgica, Espanha e Holanda. Dedicou-se à televisão e jornais. Foi um dos grandes escritores portugueses do século XX, recebendo, em 1966, o Prêmio Nacional de Literatura e, em 1973, o Prêmio Montaigne. Entre os romances, destaca-se Mau Tempo no Canal, publicado em 1944 e, desde logo, considerado pela crítica como o primeiro romance policial português contemporâneo. Entre as poesias, destacam-se:
O Bicho Harmonioso (1938), Eu, Comovido a Oeste(1940), Nem Toda a Noite a Vida (1953), O Verbo e a Morte(1959), Canto de Véspera (1966) e Sapateia Açoriana, Andamento Holandês e Outros Poemas (1976).
Paço de Milhafre (1924), Varanda de Pilatos (1926) e seu trabalho mais famoso, Mau Tempo no Canal (1944).
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Quando Toda és Terra a Terra
Vitorino Nemésio
Marga, teu busto tufa,
Dois gomos e véus de ilhal
Palpitam palmo de gente
Nesse tefe-tefe igual
E há qualquer coisa de ardente
Que se endireita e que rufa
Nem tambor a general.
Marga, teu peitinho estringes,
Toca a quebrados na praça
De armas que empunham rapazes
De guarda a uma egípcia esfinge,
E um vento de guerra passa
E o pau da bandeira ringe
Antes de fazer as pazes.
Marga, que deusa de guerra,
A Miosótis se interpôs
Quando toda és terra a terra
Cálice de rododendro
Zango nunca em ti se pôs
Em estames senão tremendo...
Vitorino Nemésio, in "Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga"
Com informações de Antonio Soares Borges
Dois gomos e véus de ilhal
Palpitam palmo de gente
Nesse tefe-tefe igual
E há qualquer coisa de ardente
Que se endireita e que rufa
Nem tambor a general.
Marga, teu peitinho estringes,
Toca a quebrados na praça
De armas que empunham rapazes
De guarda a uma egípcia esfinge,
E um vento de guerra passa
E o pau da bandeira ringe
Antes de fazer as pazes.
Marga, que deusa de guerra,
A Miosótis se interpôs
Quando toda és terra a terra
Cálice de rododendro
Zango nunca em ti se pôs
Em estames senão tremendo...
Vitorino Nemésio, in "Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga"
Com informações de Antonio Soares Borges
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