terça-feira, 29 de junho de 2021

1855: ano do registro da Fazenda do Bálsamo


A Fazenda do Bálsamo foi uma das mais importantes de nosso município, em 1939

No dia 11 de dezembro de 1855, o Alferes Francisco da Silva Pinto realizou o registro da Fazenda do Ribeirão do Bálsamo, conforme documento obtido pela pesquisadora Maria Cristina Borges. Consta do mesmo o seguinte:

"O abaixo assinado, em virtude da Lei da terra e do regulamento, leva ao registro huma fazenda de terras de cultura, no lugar denominado Ribeirão do Bálsamo, tendo a mesma fazenda a extensão de duas sesmarias, pouco mais ou menos, é situada no segundo distrito de Santo Antônio dos Guarulhos, no município de Campos, e dividem as ditas terras com Francisco José Diniz, Felizberto Antônio Gonçalves e Antônio Rodrigues Cézar. Barra do Pirapetinga, onze de dezembro de mil oitocentos e oitenta e cinco - Francisco da Silva Pinto".

A pesquisadora Maria Cristina Borges tem obtido importantes documentos que trazem luz à história de Bom Jesus



A região do Bálsamo foi posseada pelo Alferes Francisco da Silva Pinto, assim que chegou em nossa região, acompanhado de Fernando Antônio Dutra e os irmãos José e Antônio Dutra de Nicácio.

Foi Francisco da Silva quem deu início à povoação de Bom Jesus, entre 1847 e 1850. Ele construiu a primeira casa da nossa cidade.

Foi com o Coronel João Alt, contudo, que a fazenda  tornou-se, em 1939, uma das mais importantes da região, criando gado bovino. O café foi outra atividade econômica relevante. Por ocasião da emancipação de Bom Jesus, em 1939, o jornalista Porphirio Henriques Filho editou uma revista comemorativa, onde  procurou "retratar todos os aspectos da vida cultural e econômica deste recanto da tera brasileira".

Posteriormente, a fazenda passou a ser propriedade de Abílio de Sá Viana.

Um dos administradores da fazenda, nessa época, foi Sebastião Deascanio, conhecido como Sebastião Domingos. Ele morou por cerca de 40 anos na região. Disse ele, em anterior reportagem de O Norte Fluminense, que "Abílio de Sá Viana possuía cerca de 150 alqueires de terra, sendo 30 alqueires só com café. Na fazenda, plantava-se milho, feijão e arroz, além da criação de 500 cabeças de gado".

       Sebastião Deascanio: "Abílio tinha amor pelos pássaros"


"Abílio tinha amor pelos pássaros.Ele mandou construir no terreiro um 'cochinho' para os canários da terra se alimentarem. Abílio não gostava de prender as aves. Gostava de vê-las livres", lembra Sebastião.

                 Abílio de Sá Viana

Abílio de Sá Viana havia cedido, em época passada, uma  área de outra fazenda para a instalação da escola pública Escola Mista Humaitá, que fora dirigida pela professora Altiva Alt dos Santos. Foi, também, vereador nas duas primeiras legislaturas de Bom Jesus do Itabapoana, entre os anos de 1947 e 1951 e entre 1951 e 1955.

Uma escola estadual, hoje desativada, recebeu seu nome. Além disso, foi homenageado com o nome de uma rua no centro da cidade de Bom Jesus do Itabapoana e  no distrito de Rosal. Com o falecimento de Abílio, sucedeu-o seu filho Armando de Sá Viana, que prosseguiu o trabalho do pai, mas as circuntâncias levaram a uma crise na região, fazendo com que as atividades econômicas cessassem e a própria sede da fazenda viesse, posteriormente, literalmente ao chão.


  Base de pedra é o que restou da sede da Fazenda do Bálsamo


 Escola Estadual Abílio de Sá Viana: desativada

Os únicos sinais visíveis da fazenda, atualmente, são a base de pedra que sustentou a antiga sede e um muro de pedras.

A base onde foi edificada a antiga sede da Fazenda do Bálsamo ainda se mantém intacta, como a esperar que novos sonhos sejam sobre ela erguidos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário