Desembargador Antônio Izaías da Costa Abreu |
A intensa e contínua retirada do ouro nas Gerais durante uma centúria de anos causou, como era de se esperar, o esgotamento do ciclo econômico, já no final do século XVIII, com o consequente desinteresse pela mineração, o que motivou a maior parte dos exploradores a buscar outras atividades lucrativas. Eis que ocorre, à época, a alvissareira notícia da cultura do café, cujo produto mostrava-se tão valioso quanto o ouro e mais lucrativo. Assim, após 1825, partiram de Ouro Preto os pioneiros desbravadores, alferes Francisco da Silva Pinto, sua mulher, D. Francisca de Paula Figueiredo, sua irmã D. Theodora Maria D’Assunção, e seu cunhado, o guarda-mor Fernando Antônio Dutra, a buscarem terras férteis e devolutas à margem de um grande rio, ao norte da província do Rio de Janeiro e ao sul da do Espírito Santo. Esses intrépidos retirantes que deixaram a mais nobre cidade da província de Minas não acossados pela miséria e a fome, mas em busca do fausto e da riqueza nas entranhas de temeroso sertão. Mais tarde, outros vieram para a mesma região.
Importante salientar que as terras do Vale do Rio Managé, atual Itabapoana, encontravam-se dentro do território da Capitania de São Tomé, concedida a Pero Góis da Silveira, em 1536.
Essa situação perdurou até a promulgação da Constituição de 1824, que transformou as Capitanias Hereditárias em Províncias, passando a divisa imaginária a ser representada por uma física, no caso, o Rio Itabapoana. Definição imposta pelo Ato Adicional de 1834.
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