quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

POBRE JARDIM DE ALDEIA






Elcio Xavier




 

Pobre jardim de aldeia
onde deixei meus oito anos
junto ao chafariz de trevos,
leva-me ao teu grande mar
neste solitário fenecer!
Quero rever o castelo marinho,
a tempestade, o primeiro encontro,
as rosas-fadas que me amaram
e as queixas dominicais
de tuas sombras frescas.
Falta-me o azul de tuas tardes
e sinto que não verei o luar.
Não encontro meu sangue
nas lutas que partem da notie.
Não tenho memória dos tempos
nem vejo meu rosto na lagoa.
O Mundo sucumbirá num suspiro
se minha infância não regressar. 


(Do livro "O Véu da Manhã", 2ª edição, Editora O Norte Fluminense)




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