Ana Maria Silveira |
Os grandes resultados podem vir de pequenas,
porém sérias medidas.
Desde que se
apresentaram, as urnas eletrônicas despertaram desconfianças quanto à sua
segurança nos resultados finais das eleições. Elas engolem nossos votos e dali
mesmo, da secção eleitoral, podemos dar “adeus para sempre” ao nosso voto
virtual, imaterializado, que, com todo respeito ao TSE, não pode ser devidamente
investigado em caso de dúvidas.
Nosso voto
significa a nossa vontade de eleger determinados cidadãos para que possam nos
representar nos poderes executivos e legislativos.
Partidos
políticos, candidatos, fiscais partidários e cidadãos comuns vem há anos
questionando a fragilidade na votação e apuração dessas urnas. A vantagem que
elas apresentam é a rapidez na conclusão dos resultados.
Para melhorar a
transparência exigida nas eleições federais, estaduais e municipais, a Senadora
Ana Amélia do PP/RS apresentou a emenda PLS 406/2014.
Alegando que já
foi comprovado por especialistas da
Tecnologia da Informação que essas urnas são passíveis de violação, a Senadora determina em seu projeto de lei “que
em todas as eleições haverá um sistema de impressão do voto ao lado da
urna eletrônica...”. Para ela “qualquer sistema eletrônico de votação
utilizado deve prever mecanismos de auditoria, fiscalização e aferição do seu desempenho a
posteriori”.
Esse voto impresso, depois de conferido pelo eleitor, deve
ser colocado imediatamente em outra urna, reserva de garantia de comprovação,
como indica a foto abaixo, retirada do site da Senadora.
Com esta proposta, o avanço na transparência
foi valoroso! Um enorme avanço!
Mas ainda tem
uma fragilidade: como provar que a urna da seção Y, da zona X, para possível
auditoria, é aquela mesma? Tem aí uma vulnerabilidade à segurança do novo
sistema.
Complementando
a proposta da Senadora Ana Amélia, a sugestão dos fiscais partidários é que, ao
término da eleição (normalmente às dezessete horas), a urna física seja apurada
em cada seção. Como um ato de cidadania, além dos mesários e coordenadores, a
imprensa ou qualquer cidadão terão livre acesso a essa apuração local.
Isso é fundamental para se garantir a
integridade do processo eletivo e desenvolver na nossa sociedade a cultura do Controle Social.
A partir dos mesários de cada seção, o voto eletrônico segue pelo caminho normal.
Posteriormente,
quando o resultado final for publicado pelo TRE, o cidadão comum que participou
da apuração local da sua urna terá como conferir esses números, que deverão
coincidir com o das suas anotações.
Mais algumas sugestões:
-A urna física, após ter seus votos contados e nela
recolocados, deverão ter um lacre com assinaturas ou rubricas dos mesários e
participantes. Deverão ser fotografadas pelos interessados.
Em caso de dúvida, para ser reaberta, o lacre deverá estar intacto, tendo a foto como comprovante de que aquelas assinaturas são realmente as originais.
-Poderia se fazer uma campanha esclarecedora para uma
melhor participação da população.
“A participação
contínua da sociedade na gestão pública é um direito assegurado pela
Constituição Federal, permitindo que os cidadãos não só participem da
formulação das políticas públicas, mas, também, fiscalizem de forma permanente
a aplicação dos recursos públicos.” Portal da Transparência.
Natal, 15 de Janeiro de 2016
Ana Maria Silveira é filha do ex-governador Badger Silveira
Ana Maria Silveira é filha do ex-governador Badger Silveira
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