Encontro no Hospital

                                         Por Gino Martins Borges Bastos 

Fui visitar o amigo e cronista Dr. Reginaldo Teixeira Chalhoub, filho do libanês Elias Chalhoub e da professora Amália Teixeira Chalhoub, no Hospital São Vicente de Paulo, em Bom Jesus do Itabapoana.

Soube de sua internação por conta de um problema renal, por meio de Alcyr dos Reis Carvalho, porta-voz da Confraria do Café Bistrô.

Na entrada do hospital, um aviso chamou minha atenção e me remeteu àqueles encontrados na porta de templos tradicionalistas: “É proibido entrar de saias curtas, shorts acima dos joelhos, roupas transparentes ou decotadas e com roupas de academia.”

Eram 14h, e a recepção do nosocômio estava lotada. Após seguir os protocolos de entrada, consegui finalmente alcançar o quarto onde Reginaldo se encontrava, ao lado da amada esposa, Vera.

O reencontro foi caloroso — sorrisos largos, olhos brilhando, mãos de amigos que não se soltavam. Reginaldo estava em ótimo estado, sinal evidente de recuperação. Não perdi tempo e o instiguei, com meu jeitinho provocador, a voltar às páginas do jornal O Norte Fluminense com suas sempre admiráveis crônicas. Disse-lhe, inclusive, entre risos, que essa passagem pelo hospital lhe rendia um bom material — sugeri, de forma jocosa, que uma futura crônica poderia tratar, quem sabe, da circunstância de ter voltado a usar fraldas...

Reginaldo, comovido, atribuiu sua melhora à dedicação de Vera, que o socorreu no momento mais crítico. Ela, por sua vez, respondeu com serenidade e ternura que também havia sido salva, em sua vida, pelos braços amorosos de Reginaldo.

Testemunhei, ali, um diálogo que transcende qualquer roteiro: o amor incondicional de um casal que se escolhe e se sustenta.

Repentinamente, um batido à porta informa que o tempo de visita terminara. Me despedi do amigo e de Vera, certo de que voltarei a visitá-los em sua residência para tomar um delicioso café regado à contação de causos, risos e almas puras.