sexta-feira, 4 de julho de 2025

O guizado da Dona Nenêm

 

Adalto Boechat Júnior 


Iniciando o registro desta memória, venho escrever sobre Dona Nenêm, rezadeira da minha terra.

A estrada longa de Vargem Alegre até à Fazenda da Palha Branca era poeirenta e, às vezes, ainda tinha o sol quente que queimava a pele até mesmo por ocasião do início do amanhecer.

Passávamos pela Curva da Rolinha, pela Casa do Conchita Moacir Seródio, a estradinha da casinha do Belo e da Gracinha, e os pensamentos mágicos surgiam em minha mente e me davam o roteiro naquela terra nobre e bela. Nesse percurso, eu contemplava a paisagem, mas o cenário mais importante era a paisagem única dos moradores daquela região.

Conhecer pessoas como Dona Nenêm trouxe um sentido à exuberância da vida pobre em uma cidade pequena e remota, deu um tempero todo especial ao guizado da vida.

Sempre que é possível, passando mal ou não, vamos nós (eu e minha irmã) estar com Dona Nenêm, e aproveitamos para aprender a fazer um chá, fazer uma reza, e apreciar a fé de uma mulher e seu poder de curar pessoas e obrar milagres.

Dona Nenêm... um nome... um destino... e em nenhuma pedra maior poderia se edificar melhor uma criança, uma fé. E nenhuma forma de santidade poderia descrever melhor uma devoção.

Neste meu coração devocional, homenageio a vida de uma mulher que merece, como poucas, a honra de cantar em um altar: Libera Nina Pena, Dona Neném!

Adalto Boechat Júnior é pirapetinguense 

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